A Kaspersky é uma da maiores empresas de cibersegurança do mundo e, neste campo, tem constantemente identificado como criminosos têm se aproveitado de vulnerabilidades diversas para realizarem várias atividades relacionadas ao universo das criptomoedas e da blockchain, como por exemplo o roubo de poder computacional para minerar criptomoedas.
Apesar de sua relação com o ecossistema dos criptoativos, a empresa ainda não havia se posicionado sobre os potenciais que enxerga na tecnologia blockchain. No entanto, no início do dezembro, Alexander Moiseev, CBO da empresa, publicou um artigo no qual critica o fato da cadeia de blocos ser um registro imutável e que, portanto, nela não seria possível garantir a privacidade.
“Se meus dados estão em diversos computadores diferentes, como ainda podem ser privados? E se nem eu, nem ninguém em particular, tem controle direto sobre todos esses computadores, o que preciso fazer para deletá-los? A blockchain é ótima para muitas coisas, mas não para tudo. No final de contas, dados pessoais irremovíveis são o oposto de privacidade”, argumenta Moissev em seu texto.
Além de considerar que a cadeia de blocos pode não ser uma boa alternativa para garantir a privacidade na web, a empresa de segurança prevê que 2019 será o ano do estouro do hype em torno da blockchain, argumentando que no próximo ano, a indústria verá que a tecnologia não é viável além de seu uso com criptomoedas. Os pesquisadores da Kaspersky consideram no documento que 2019 será um bom momento para parar de tentar fazer essa tecnologia funcionar.
O relatório também não vê um futuro brilhante para pagamentos com criptomoedas, afirmando que “não faz sentido para empresas legítimas lidarem com pagamentos com criptomoedas”, destacando que os criptoativos já estão há mais de 10 anos no mercado e não houve nenhuma melhora em seus uso em diferentes setores, a não ser para especulação.