Não é incomum que projetos que utilizam tecnologia blockchain surjam utilizando um protocolo já existente. Dependendo da função do projeto, é normal que novas startups usem blockchains públicas como Tron, Ethereum e EOS. Caso o tom seja mais empresarial, as soluções em blockchain da IBM – como a Hyperledger – costumam atender projetos.
Contudo, este não é o caso do projeto brasileiro Rhizom. Trata-se da primeira blockchain do Brasil escrita do zero, cujo modelo de negócio consiste na construção de marketplaces sobre sua estrutura.
A construção de projetos se dará por meio de um ecossistema responsável por ofertas produtos (redes e framework) e serviços (customização e implementação), todos com base também na blockchain Rhizom – que possui diferentes camadas interconectadas. Essa conexão entre camadas cria um ambiente onde diferentes empresas, fornecedores, profissionais e clientes possam interagir.
O CriptoFácil conversou com Luciano Britto, um dos idealizadores do projeto, para entender quais facilidades a rede Rhizom apresenta ao mercado. Segundo Britto:
“Por meio da estrutura automatizada que nós desenvolvemos, é possível criar uma rede blockchain com o protocolo Rhizom em cerca de sete minutos. Utilizando outros protocolos, esse processo demora cerca de uma semana. Isso reduz custos com mão de obra e agiliza os processos.”
Os produtos oferecidos pela Rhizom são focados em novas aplicações que estão começando a adentrar a WEB 3. Conforme afirmou Luis Roloff, outro idealizador do projeto:
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
“Para o usuário final, oferecemos um conjunto de aplicações em rede que também disponibilizam produtos e serviços mais eficazes e confiáveis, voltados para suas necessidades específicas. Já para empresas, temos um conjunto de ferramentas altamente customizáveis para rápida integração e maior eficiência em seus negócios.”
Um dos pilares que compõem o ecossistema criado pela rede Rhizom é o seu protocolo. Ele é capaz de processar 100 mil transações por segundo, é descentralizado e pelo menos 66% da rede precisa ser corrompida para que um ataque possa ser efetuado.
Além disso, segundo Britto, foi desenvolvido um modelo para que envios de criptomoedas feitos erroneamente não se percam, por meio de uma inovação do protocolo – chamada Zero Knowledge Proof Layer, ou Zeno. Britto afirma:
“Esse foi um grande desafio. Queríamos acabar com o problema das transações se perderem ao inserir um endereço errado, mas centralizaríamos o projeto. Com a ajuda da tecnologia de Zero Knowledge Proof, criamos uma solução descentralizada que evita que tokens se percam no limbo.”
Outro pilar do protocolo Rhizom é sua estrutura, que é composta em módulos. Isso possibilita um desenvolvimento mais eficiente de novos marketplaces P2P, onde as transações podem ser realizadas de forma pública ou privada. É possível também criar um sistema de reputação imutável, garantindo que os usuários identifiquem pessoas má intencionadas no mercado.
A estrutura também prevê suporte para sistema de pagamentos, biblioteca de contratos inteligentes para diversos casos de uso, tokenização de ativos com painel de gerenciamento, certificação e rastreabilidade imutável de cadeias produtivas.
O último pilar é constituído pelas redes criadas sobre o protocolo. Atualmente, existem quatro delas: a UbRest, que permite compradores e vendedores da indústria alimentícia interagirem de forma rápida, segura e sem intermediação de terceiros; a MyMuseum possibilita que os stakeholders do sistema de arte interajam diretamente, possibilitando ganhos eficazes e transparentes; Exib.me permite que marcas, profissionais criativos, fabricantes e usuários finais interajam de forma descentralizada nos segmentos da Economia Criativa – Moda, Arte e Design; e BePart, que incuba campanhas recorrentes de financiamento coletivo para projetos sociais e ambientais, esportistas ou empresas que declarem possuir responsabilidade social.
Leia também: Andreas Antonopoulos diz que o Bitcoin é perfeito para a América Latina