Os emissores de stablecoins, moedas digitais atreladas ao dólar, atingiram um novo marco. Essas empresas agora ocupam a 18ª posição no ranking dos maiores detentores de títulos do Tesouro dos Estados Unidos, de acordo com um relatório da Bernstein.
Essa posição coloca as empresas que emitem stablecoins, como Tether (USDT) e Circle (USDC), ao lado de algumas das maiores nações do mundo em termos de detenção de dívida pública americana, evidenciando o impacto crescente das criptomoedas no sistema financeiro tradicional.
O relatório da Bernstein destacou que a circulação total de stablecoins atingiu uma alta histórica de US$ 170 bilhões no segundo trimestre de 2024, após um período de queda em 2023. A Tether, maior emissora de stablecoins, lidera o mercado com US$ 120 bilhões em circulação. Em seguida vem a USDC com US$ 35 bilhões.
Além de seu uso tradicional para negociação de criptomoedas, o relatório ressalta que as stablecoins estão sendo cada vez mais utilizadas para pagamentos internacionais e como forma de poupança em dólares fora dos EUA.
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Isso reflete a crescente demanda por acesso a dólares digitais em economias emergentes, onde a moeda local pode ser menos estável.
“Stablecoins estão se tornando sistemicamente importantes ao fornecer acesso a poupanças em USD para usuários internacionais”, afirmou a Bernstein.
Emissores de stablecoins adquirem títulos do tesouro dos EUA
Além disso, o relatório destacou que as stablecoins estão cada vez mais integradas ao sistema financeiro tradicional e às plataformas fintech. Um exemplo disso é o PayPal, que recentemente lançou sua própria stablecoin, a PYUSD.
A integração dessas moedas digitais com plataformas de pagamento globais está impulsionando a adoção de stablecoins para fins além da negociação de criptomoedas.
Tegan Kline, CEO da Edge & Node, elogiou o crescimento das stablecoins. Conforme destacou ele, essas moedas têm um papel importante na expansão do acesso ao dólar americano em todo o mundo.
“O uso de stablecoins se desassociou do mercado cripto e está sendo mantido para propósitos não cripto, como pagamentos e poupanças internacionais”, afirmou Kline.
O crescimento das stablecoins também está atraindo novos competidores. Recentemente, a BitGo anunciou o lançamento de sua própria stablecoin atrelada ao dólar, a USDS. A previsão de lançamento é janeiro de 2025. Além disso, a Coinbase introduziu o cbBTC, um ativo atrelado ao Bitcoin que está disponível para ser utilizado em várias plataformas de finanças descentralizadas (DeFi).
Apesar da forte competição, a Tether continua sendo a stablecoin dominante, especialmente devido à sua integração com exchanges offshore e ao seu uso em transações internacionais. O relatório da Bernstein ressaltou que os negócios por trás das moedas atreladas ao dólar permanecem altamente lucrativos. Isso ocorre, em parte, devido à receita gerada pela retenção de rendimentos de títulos do Tesouro dos EUA.
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