A edição 2021 da laBitconf foi realizada em El Salvador, primeiro país a adotar o Bitcoin (BTC) como moeda oficial. E além desse feito, o país terá uma cidade 100% voltada para a comunidade de bitcoiners.
Intitulado “Bitcoin City”, o projeto foi anunciado pelo presidente Nayib Bukele durante o encerramento da conferência. De acordo com o mandatário, a cidade terá isenção fiscal de seis impostos, além de sustentabilidade ambiental. Os futuros moradores da cidade não pagarão os seguintes tributos:
- imposto de renda;
- ganhos de capital;
- impostos sobre propriedade;
- folha de pagamento;
- impostos municipais.
Ou seja, a cidade será projetada para funcionar como uma zona de isenção especial. O único tributo que incidirá na cidade será o Imposto sobre Valor Agregado (VAT, na sigla em inglês), cuja alíquota será de 10%.
Sgundo Bukele, o custo total da Bitcoin City é avaliado em US$ 17 bilhões, ou R$ 95 bilhões na cotação atual. Em BTC, o custo será de cerca de 300 mil BTC levando em conta a cotação atual.
Bukele disse que a Bitcoin City terá um formato circular e estrutura completa. Isso inclui um aeroporto, áreas residenciais e comerciais, e apresentou uma praça central, projetada no formado do símbolo do BTC.
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Desde que a Lei Bitcoin entrou em vigor, o governo de Nayib Bukele deu início a um grande plano para tornar El Salvador um local atrativo para os bitcoiners. As maiores usinas do país começaram a minerar a criptomoeda, utilizando a energia excedente dos vulcões locais.
Atualmente, o paístiliza 23% de energia proveniente de vulcões. El Salvador também já acumulou mais de 1.000 BTC em suas reservas internacionais.
El Salvador emitirá títulos para financiar cidade
Com o objetivo de arcar com os custos da cidade, o país emitirá títulos de dívida especificamente para este fim. De acordo com o anúncio, os novos títulos serão tokenizados em BTC e emitidos em parceria com a empresa de tecnologia em blockchain Blockstream.
Com a emissão, EL Salvador planeja captar até US$ 1 bilhão, que serão divididos em duas partes. A primeira, de US$ 500 milhões, será utilizada para comprar BTC, enquanto a segunda parcela irá fomentar a mineração de BTC por meio de energia geotérmica. Por isso, os títulos ganharam o apelido de “Volcano Bonds.”
“Os US$ 1 bilhão levantados serão divididos entre uma alocação de US$ 500 milhões em Bitcoin (BTC) e um gasto de US$ 500 milhões em infraestrutura para construir energia e infraestrutura de mineração de Bitcoin na região.”
A princípio, os títulos serão emitidos na Liquid Network, uma sidechain do BTC coordenada pela Blockstream. Eles serão lançados em até 60 dias. Isto é, os primeiros títulos estariam disponíveis para compra entre dezembro de 2021 e o início de 2022.
Samson Mow, diretor de estratégia da Blockstream, explicou que os títulos renderão juros de 6,5% ao ano, pagos através da liquidação de BTC. Os juros serão pagos através da plataforma de gerenciamento de ativos da Blockstream (AMP).
Outra parte dos títulos será paga através do IVA cobrado na Bitcoin City. Já o restante dos impostos servirá para financiar as atividades cotidianas da cidade, como coleta de lixo e manutenção das ruas.
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