O Bitcoin (BTC) subiu mais de 8% nesta quarta-feira (21) e teve sua maior valorização diária desde 16 de março. De acordo com o Coinglass, a criptomoeda já acumula ganhos de quase 10% somente nos últimos sete dias.
No entanto, o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), fundo da gestora que investe na compra direta de BTC, foi além. As cotas do GBTC registram ganhos de 25% no mesmo período de sete dias, um crescimento duas vezes e meia maior do que o do BTC.
Curiosamente, esta atividade parece ter relação com uma empresa que, em tese, é rival da Grayscale: a gestora BlackRock. Afinal, a valorização do GBTC começou justamente quando a gigante BlackRock abriu um pedido para registra um ETF à vista (spot) de Bitcoin.
Em toda a sua história, a BlackRock teve 575 pedidos de ETFs aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) e somente uma negativa. Dado o histórico positivo, o mercado acredita que a SEC deve finalmente aprovar um ETF spot e acabar com uma barreira que já dura mais de cinco anos.
ETF de Bitcoin spot
Desde que a BlackRock entrou com seu pedido de ETF de Bitcoin, a atividade comercial do GBTC disparou. Na terça-feira (20), o preço das cotas do GBTC subiu impressionantes 11,4%, terminando o pregão daquele dia valendo US$ 16,85. A título de comparação, o Bitcoin fechou com alta de 2,37% no mesmo dia.
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O aumento no preço das cotas do GBTC ocorreu ao mesmo tempo que o fundo registrou um volume de negociação de US$ 10,24 milhões – maior valor desde 22 de novembro.
De acordo com dados do CryptoQuant, o GBTC subiu mais de 25% desde que a BlackRock solicitou a abertura de seu ETF. Com isso, o atual prêmio do fundo é de -34,19%, o segundo nível mais alto deste ano. Este prêmio diz respeito à diferença entre a cotação de uma cota do GBTC e do BTC em si. Quanto maior o prêmio, menor é o interesse em relação ao fundo.
O recente aumento da atividade no GBTC ocorre quando algumas das principais gestoras do mercado financeiro estão se candidatando a um ETF spot de Bitcoin. A própria Grayscale tentou transformar o seu fundo em um ETF, mas seu pedido foi rejeitado pela SEC.
Por causa das consistentes recusas, a Grayscale levou o caso para a Justiça dos EUA na tentativa de transformar seu fundo em um ETF.
Como a BlackRock pode afetar a Grayscale?
A Grayscale é uma das maiores gestoras de ativos digitais do mundo. No entanto, a entrada de gigantes como a BlackRock pode ameaçar sua liderança no mercado. Com mais de US$ 7 trilhões em ativos, a gestora tem um leque de clientes muito maior.
Dessa forma, se a BlackRock conseguir aprovar seu ETF, muitos investidores institucionais deverão utilizar esse fundo para se expor ao preço da criptomoeda. E isso pode fazer com que os atuais detentores de cotas do GBTC vendam e migrem para o ETF da BlackRock, ameaçando o domínio da Grayscale no setor.
Um dos maiores obstáculos para a Grayscale pode ser a alta taxa que ela cobra dos traders. De acordo com dados da The Block Research, a empresa gerou mais de US$ 230 milhões com seus principais produtos (GBTC e ETHE) desde o início do ano.
Atualmente, a Grayscale cobra taxas anuais de 2,0% e 2,5% para GBTC e ETHE, respectivamente. No entanto, estas taxas podem diminuir se a BlackRock conseguir lançar um ETF de Bitcoin no mercado.