Moises Naim, editor chefe da revista Foreign Policy, a principal publicação mundial sobre geopolítica, destacou, em uma coluna no jornal Estado de São Paulo, o poder das criptomoedas na construção de uma nova economia digital. Perguntando “o que vai acontecer com o dinheiro?”, Naim aborda como o dinheiro físico vem cedendo cada vez mais espaço para o dinheiro virtual, seja na forma de cartões de crédito, criptomoedas, telefones inteligentes e diversos outros meios de pagamento digital.
Naim destaca que na Suécia, 93% das transações já são feitas por meio de transferências eletrônicas diretas, com um aplicativo chamado Swish que, além de facilitar a vida do cidadão, é uma ferramenta imensamente importante para o governo pois, como toda a transação é registrada, é possível que as autoridades saibam exatamente para onde o dinheiro está indo, o que não é possível saber com o dinheiro físico.
É neste ponto que o autor destaca a Zcash:
“Quando se recebe uma nota de US$100, não há meios de saber quem foi seu dono antes nem quem será depois. A ZCash promete o mesmo: anonimato em toda a cadeia de usuários de suas ‘moedas'”, destaca Naim, argumentando que esta característica específica da criptomoeda é o principal problema visto pelos governos quando abordam o assunto.
“E os governos têm razão para estarem alarmados, uma vez que o potencial desestabilizador de plataformas como ZCash é ilimitado. Transportar US$10 milhões em dinheiro por fronteiras e aeroportos é logisticamente complicado e legalmente arriscado. Com a ZCash, pode-se transportar qualquer quantia, a qualquer hora, para qualquer destino, instantâneamente e sem precisar usar incômodas maletas cheias de notas”, diz.
No entanto, Naim acredita que a tendência é que os governos percam um pouco de sua capacidade de controlar o fluxo global de capitais e que, tal qual a internet rompeu as barreiras de tempo e espaço, as criptomoedas vão romper, aos poucos, as fronteiras na circulação de capitais e que, independente do “sucesso” das critpomoedas como meio de pagamento, uma coisa é certa, o dinheiro físico tende a tornar-se cada vez mais obsoleto.
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“Os governos começam lentamente a entender os desafios implicados em novas tecnologias como ZCash (…) É arriscado dizer que esse controle (do governo sobre o fluxo de capitais) poderá ser mantido indefinidamente. (…) Ainda não sabemos se o futuro pertence às tecnologias transparentes como o Swish ou às opacas como a ZCash. O mais provável é que ele venha a ser compartilhado pelas duas, dependendo do país e do setor da economia. De uma coisa, porém, já não há dúvida: no século 21, será mais fácil encontrar notas e moedas em museus do que em nossos bolsos”, finaliza.