O título notavelmente editado do clássico livro de Andreas Antonopoulos, “Mastering Bitcoin”, foi ao ar em uma propaganda do livro no canal de TV estatal chinês China Central Television (CCTV), em 19 de outubro.
Uma cartilha de renome sobre os fundamentos da revolução das criptomoedas, “Mastering Bitcoin” foi publicado pela primeira vez em 2015, e relançado em uma segunda edição em 2017.
Na tradução em mandarim, o título foi alterado para excluir qualquer referência ao Bitcoin (BTC), e passou a ser chamo algo como “Blockchain: o caminho para a digitalização de ativos”.
Em uma reviravolta curiosa, o título original em inglês permaneceu visível na capa ao lado de sua versão editada em mandarim durante o programa de TV. No entanto, as fontes chinesas afirmaram que o conteúdo do livro, incluindo a primeira página com o título do capítulo de abertura, “What is Bitcoin?”, permanece intacto.
O próprio Antonopolous tuitou observações que confirmam que o conteúdo foi preservado, oferecendo uma resposta positiva em 25 de outubro:
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“Como isso é legal: Mastering Bitcoin 1Ed, na TV nacional da China. Mesmo com um título ligeiramente alterado (sem mencionar o Bitcoin), o conteúdo é o mesmo. Esperando visitar a China no próximo ano. Talvez isso traga mais oportunidades e convites para conferências.”
Embora a estratégia para diminuir a proeminência da criptomoeda no título do livro pareça coerente com a posição linha-dura da China contra os ativos descentralizadas, a inclusão residual do inglês original e a escolha de preservar o texto foram interpretadas de maneira diferente pelos comentaristas da comunidade.
Alguns acreditaram que a exposição mainstream e a edição traduzida serviram como endosso positivo da inovação.
Desde 2013, o Bitcoin não foi reconhecido como moeda de curso legal na China e as instituições financeiras foram proibidas de realizar transações envolvendo criptomoedas. Em setembro de 2017, a proibição histórica das exchanges de criptomoedas e das ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) foi seguida por restrições cada vez mais rigorosas ao longo de 2018, com mais medidas anti-criptomoedas, tanto online quanto offline.
No entanto, como reflete a escolha editorial para alterar o título do livro de Antonopolous, o país tem buscado uma visão de longo prazo da integração da blockchain, liderada por seu banco central, e teria registrado mais patentes de blockchain do que qualquer outro país em 2017.
Apenas nesta semana, um tribunal de arbitragem chinês decidiu afirmar que o Bitcoin e outros criptoativos são legalmente protegidos como propriedade e, portanto, podem ser mantidos e transferidos de forma privada.