A tecnologia blockchain vem sendo cada vez mais adotada por empresas para modernizar suas atividades ou oferecer novos serviços e um dos setores que vem presenciando uma enorme transformação com a chegada de novas tecnologias é a agricultura. O maior e mais importante evento do setor no Brasil, a Agrishow, acontecerá nesta semana em Ribeirão Preto (SP) e terá, entre seu destaques, a utilização de blockchain no agronegócio.
Tratores, colheitadeiras e outros equipamentos pesados utilizados para produzir o alimento agora também contam com a conectividade da nascente indústria IoT (Internet das Coisas) e são “integrados” com outros processos como agricultura de precisão, sensores, drones e análise de dados em tempo real, tudo visando aumentar a produção, diminuir o desperdício e construir o “Campo 4.0”.
Uma das empresas que estará presente no evento demonstrando como soluções em blockchian podem melhorar a produção no campo é a startup TCL, que, segundo o jornal Valor, desenvolveu uma plataforma que usa cadeia de blocos num sistema de antecipação de recebíveis e com isso agilizar o financiamento da safra.
“O produtor pode utilizar o título para antecipar recebimento de créditos (…) [desta forma] ele pode negociar insumos e plantar em uma época mais propícia porque está com o dinheiro na mão”, explica Paula Fernandes Fabeni, fundadora da empresa, destacando que para garantir a confiabilidade nas transações, a empresa utiliza um sistema integrado com blockchain.
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Quem também estará presente no evento apresentando soluções em blockchain é a IBM, que apresentará o AgTrace, solução de rastreabilidade de alimentos orgânicos e café especial baseada em blockchain e desenvolvida com a Solinfitec já implantada na Fazenda da Toca (SP).
“É o primeiro produto de prateleira com este perfil”, diz Percival Lucena, cientista pesquisador em blockchain na IBM Brasil.
Durante a Agrishow, a IBM também apresentará a Trust Chain, rede desenvolvida pela empresa que vem conectando produtores, comerciantes e consumidores em todo o mundo por meio de uma plataforma que permite a rastreabilidade dos produtos comercializados em grandes redes de hipermercados. No Brasil, o Carrefour vem liderando este processo e já tem produtos da Sadia e de sua marca própria, Qualitá, integrados com blockchain.
“Lidamos diariamente com milhões de consumidores que estão prestando atenção em outros temas que antes não eram tão presentes. As pessoas querem saber o que elas estão comendo, de onde vem aquele alimento, como é produzido, se é seguro, se é sustentável. Começam a ter preocupação também com desperdício. Nós vimos também como distribuidores de alimentos, o segundo no mundo e o maior do Brasil, que temos de dar atenção a tudo isso. Temos que ser motor nessa transição alimentar para atender esta população, esse novo querer das pessoas”, destaca Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade do Carrefour Brasil.
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