A TQI promoveu nesta semana no Espaço Next Door, em São Paulo, o 1º Fórum de Inovação – DREX. O evento destacou os impactos da agenda de inovação do Banco Central (BC) e trouxe luz a questão da privacidade, tida como o desafio central do processo de desenvolvimento e início da operação da moeda digital oficial do Brasil.
Especialistas presentes no evento destacaram que os desafios serão grandes, mas quando solucionados, permitirão a incorporação de todos os benefícios da economia tokenizada: ganho de automação, simplificação e diminuição da burocratização dos processos, redução do custo de transação e, a longo prazo, a inclusão digital e acesso a produtos e serviços financeiros para novos usuários.
Carlos Augusto de Oliveira, diretor executivo da Associação Brasileira de Fintechs, traçou um panorama completo das inovações implementadas pelo BC nos últimos dez anos até a chegada dos testes para a viabilização do Drex.
“A falta de privacidade é sem dúvida o principal problema a ser resolvido. Hoje no projeto piloto do Drex, um banco faz a transação para outro banco e todas as demais instituições dentro da plataforma têm acesso às informações, como acontece naturalmente no ambiente transacional das criptomoedas”, comentou.
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Larissa Moreira, coordenadora de cripto e CBDC do Itaú Unibanco, que também é líder da squad de Negócios do Grupo de Trabalho de CBDC na Febraban (Federação Brasileira de Bancos), reitera a afirmação
“A privacidade é o desafio deste momento. Existem algumas soluções que estamos testando, mas que também geram questionamentos de como faremos para adaptar as características, regulações e requisitos oriundos de um ambiente regulado, estável e resiliente”, disse.
Desafios do Drex
Larissa acredita que existem possibilidades promissoras para solucionar esse desafio, mas ainda é uma incógnita se elas conseguirão entregar escalabilidade.
“Eu tenho uma visão de que existem duas grandes rodovias lado a lado: uma no âmbito regulado, CBDC, de bancos centrais, mas temos também uma via da economia tokenizada. Não tem possibilidade de retrocesso: o desafio é conectar os dois mundos e absorver os benefícios da tecnologia”, complementa.
João Bezerra Leite, membro do conselho consultivo da TQI destacou que a forma como o mercado privado, os bancos e as fintechs, reagirem à criação do Drex, terá poder de fazer com que o nível de intrusão financeira de um BC forte seja menor.