O debate sobre as taxas de juros no Brasil é uma constante. Atualmente, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca formas de diminuir os juros para impulsionar a economia. Em contraste, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foca na luta contra a inflação. No entanto, a implementação do Drex, a moeda digital brasileira, pode oferecer uma solução para esse impasse, conforme afirmou Fábio Araújo, coordenador do projeto da moeda digital.
O Drex, uma versão digital do real, está em fase de testes e promete impactar significativamente o mercado financeiro. De acordo com Araújo, a moeda digital pode levar a uma redução das taxas de juros ao otimizar a intermediação financeira.
Em entrevista ao portal Poder 360, Araújo explicou como o Drex pode transformar o mercado de crédito ao permitir a conversão da moeda digital em títulos públicos. Esses títulos poderão ser usados como garantia para obter crédito, o que pode diminuir os custos dos empréstimos.
A ideia é diminuir os riscos
A utilização de títulos públicos como garantia reduz o risco de inadimplência. Isso ocorre porque, ao usar um título público, o credor empresta dinheiro ao governo, um tomador com histórico financeiro confiável, e não a um indivíduo sem histórico conhecido. Araújo enfatizou que essa segurança pode reduzir significativamente as taxas de juros.
Além disso, o Drex deve facilitar o acesso de fintechs e startups ao sistema financeiro. Com isso, novas empresas terão mais oportunidades para competir com bancos tradicionais. Araújo destacou que, no ambiente descentralizado promovido pelo Drex, caso bancos tradicionais não queiram adotar novos modelos, startups podem aproveitar essa lacuna.
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Embora o Drex tenha potencial para transformar o mercado financeiro, ele não substituirá o dinheiro físico nem o Pix. A moeda digital não terá um impacto direto nas transações diárias da população. Em vez disso, será focada na intermediação de serviços financeiros, como a negociação de títulos públicos, empréstimos e investimentos.
Drex surge como uma solução agregada
Araújo esclareceu que o Drex foi desenvolvido para influenciar as políticas de crédito e serviços financeiros. Atualmente, startups enfrentam desafios para acessar o sistema financeiro devido à necessidade de acordos com grandes bancos. O Drex visa melhorar essa situação, permitindo que novas empresas tenham acesso mais fácil aos serviços financeiros.
A implementação do Drex também incluirá soluções de interoperabilidade entre o sistema financeiro tradicional e o novo ecossistema digital. Se o mercado demandar mais liquidez no ambiente digital, as instituições financeiras poderão realizar operações de mercado aberto na plataforma do Drex.
Da mesma forma, se um banco precisar de liquidez no ambiente digital, mas os recursos estiverem inicialmente no sistema tradicional, será possível transferi-los para a plataforma do Drex.
A interoperabilidade permitirá que bancos e fintechs escolham operar exclusivamente em um dos ambientes ou em ambos, conforme suas necessidades. A segunda fase do projeto-piloto do Drex está prevista para começar em agosto.
