O dólar voltou a quebrar um novo recorde histórico de preço nesta quarta-feira, 22 de abril. A moeda norte-americana fechou o dia em alta de 1,88%, negociada a R$5,40, maior valor nominal de toda a sua história. Durante o pregão, porém, a cotação chegou a encostar em incríveis R$5,46.
No acumulado do ano, o dólar já apresenta uma valorização de quase 40% frente ao real. O motivo da nova alta foi a mudança de discurso do Banco Central do Brasil (Bacen), que indicou a possibilidade de um novo corte na taxa Selic, atualmente em 3,75% ao ano.
A nova indicação foi dada na última segunda-feira, 20 de abril, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Em uma live realizada pelo Estadão, Campos Neto sinalizou um novo corte na taxa básica de juros, ao apontar que consegue enxergar agora com mais clareza o cenário que antes estava muito nebuloso.
De acordo com o presidente do Bacen, está “muito distante” no Brasil a situação em que a política de juros não faz mais efeito na economia. Essa era uma das preocupações dos investidores, que cobravam nas últimas semanas um corte da Selic diante do cenário de recessão da economia.
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“Ele está mais aliviado com o fato de as medidas de liquidez e crédito começarem a surtir efeito. Isso dá tranquilidade para pensar a política monetária mais tradicional, ainda mais que a volatilidade dos mercados está mais baixa”, disse Fábio Akira, economista-chefe da BlueLine Asset, que acompanhou a live.
Um relatório do banco britânico Barclays apontou que as mudanças sugerem que o Bacen pretende fazer um corte maior do que o precificado anteriormente. O Barclays espera que a taxa Selic seja reduzida em pelo menos 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será em 06 de maio. Assim, a taxa iria para 3,00%. Porém, o banco não descarta um corte de 1 ponto, caso as condições financeiras sejam favoráveis.
Com isso, a pressão sobre o dólar aumentou ainda mais, visto que uma taxa de juros menor torna a diferença entre investir no Brasil e nos Estados Unidos (o chamado carrego) ainda menor. Com isso, até o Bitcoin se beneficiou, alcançando os R$38.000,00 na quarta-feira após retomar o patamar de preço dos US$7.000,00 no exterior.
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