Um novo relatório busca esclarecer uma das questões predominantes em torno da Tether Ltd., empresa por trás do USDT, stablecoin com lastro fixado em dólar: se tem reservas em dinheiro para garantir seus 1,8 bilhão de tokens.
A Bloomberg News noticiou nesta terça-feira, 18 de dezembro, que viu os extratos bancários da Tether indicando que, pelo menos durante quatro meses separados, a empresa detinha dólares suficientes para sustentar os tokens (USDTs) no mercado.
Enquanto o relatório não fornece a garantia de uma auditoria completa por uma empresa especializada, parece fornecer evidências de que o token da Tether – usado por muitas pessoas e exchanges para movimentar valor internacionalmente – é apoiado por mais do que apenas reivindicações da empresa, pelo menos durante certas janelas de tempo.
A Bloomberg disse ter visto documentos de setembro de 2017 sugerindo que a Tether tinha US$452,9 milhões em contas no Noble Bank, em Porto Rico e no Bank of Montreal. No final daquele mês, a empresa tinha US$435 milhões em circulação. Os extratos bancários de vários outros meses não consecutivos também indicaram que suas reservas em dólares correspondem a tokens no mercado, diz a Bloomberg.
A Tether havia prometido anteriormente uma auditoria completa de suas reservas em dólar e contratara a firma de auditoria Friedman LLP para esse fim, mas esse relacionamento foi dissolvido em janeiro de 2017 sem uma explicação completa e sem qualquer auditoria realizada.
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Partindo do Noble Bank, no início de outubro de 2018, a empresa passou a usar os serviços do Deltec Bank and Trust Limited, com sede nas Bahamas. Logo após divulgou uma carta datada de 1º de novembro da Deltec, afirmando que “o valor em dinheiro do portfólio de sua conta no banco era de US$1.831.322.828” em 31 de outubro.
A falta de uma auditoria clara das reservas causou muita discussão e controvérsia, tanto dentro da comunidade de criptomoedas quanto fora dela, uma vez que a Tether efetivamente atua como um banco para as exchanges que não recebem serviços bancários tradicionais.
A Tether e sua empresa irmã, a exchange Bitfinex, também foram acusadas de manipular o preço do Bitcoin usando o USDT. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) estaria focando uma investigação de meses de duração sobre a manipulação do mercado de criptomoedas com o Tether em 20 de novembro.
As duas empresas também foram alegadamente intimadas pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA em dezembro de 2017 para verificar seus níveis de reservas fiduciárias.