Christine Lagarde, diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), declarou nesta quarta-feira, 04 de setembro, à Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, que os membros da comissão precisam estar atentos em relação às transformações que podem ser feitas no cenário econômico global pelas criptomoedas.
Segundo Lagarde, as fintechs estão crescendo e hoje já recebem um quarto do financiamento do setor de serviços financeiros e isso, ao mesmo tempo que trás oportunidades para a economia global, também apresenta riscos ao sistema financeiro. A diretora diz que os reguladores precisam estar “atentos” também aos riscos desta mudança, incluindo nela o potencial das “moedas digitais”.
“No entanto, uma série de desafios permanece. A união bancária e a união do mercado de capitais precisam ser concluídas para promover uma partilha de risco privada mais profunda na área do Euro e expandir o acesso ao financiamento. A rentabilidade do banco é baixa. E o cenário do setor financeiro está sendo alterado pelo crescente papel dos não bancos na intermediação e transformação tecnológica. A parte dos fluxos de financiamento não bancário para empresas da área do Euro aumentou de cerca de 30% antes da crise para mais de 50% hoje. As fintechs agora recebem cerca de um quarto do financiamento de empreendimentos e startups do setor de serviços financeiros”, disse ela.
E continuou:
“Nesse ambiente, os bancos centrais e os supervisores precisam garantir a segurança do setor financeiro, mas também estar abertos às oportunidades oferecidas pelas mudanças. No caso de novas tecnologias – incluindo moedas digitais – isso significa estar atento aos riscos em termos de estabilidade financeira, privacidade ou atividades criminosas e garantir a existência de regulamentação apropriada para orientar a tecnologia para o bem público. Mas isso também significa reconhecer os benefícios sociais mais amplos da inovação e permitir que eles tenham espaço para se desenvolver.”
Lagarde conclui também que há muito “que podemos aprender” com aqueles que vêem os diferentes aspectos da política monetária em suas vidas diárias, sejam eles sindicatos, grupos de consumidores, ONGs ou outros parceiros da sociedade civil, indicando que o FMI não é contrário às mudanças que a tecnologia pode proporcionar e reconhece que a inovação trás consigo benefícios para toda a sociedade.
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