O Criptomoedas Fácil vem reportando como grandes empresas e corporações mundiais têm buscado integrar blockchain em seus procedimentos, visando a modernização de aplicações ou o oferecimento de novos serviços baseados na tecnologia. Somente no setor financeiro, 77% das empresas no mundo esperam ter algum tipo de aplicação de blockchain em funcionamento em 2020, segundo um estudo global da PwC.
No entanto, não é apenas o setor financeiro que vê na blockchain uma nova oportunidade de negócios diversos. Especialistas afirmam que aquelas empresas que ainda não se dedicaram a estudar o tema, devem fazê-lo o quanto antes, sob pena de perderem um terreno difícil de ser recuperado em tempos de transformação acelerada dos negócios.
Esta é o opinião de Mauricio Magaldi, líder de serviços de blockchain da IBM na América Latina, que destacou, recentemente ao jornal Valor Econômico, não conhecer uma empresa séria que não tenha a blockchain em seu radar de expansão futura.
“Não conheço nenhuma companhia séria, com visão de futuro, que não esteja, neste momento, avaliando o uso de blockchain e outras tecnologias disruptivas”, diz.
Magaldi ressalta que a rota para implementação de blockchain depende da indústria envolvida e do ativo que será objeto das transações em rede, entre outras variáveis. Mas recomenda que as empresas iniciem a jornada identificando problemas de negócio impossíveis de serem resolvidos com tecnologias existentes, ou processos que envolvem diversos participantes do ecossistema da companhia, onde haja necessidade de embutir mais confiança e eficiência nas transações.
O projeto inicial deve começar de forma controlada, com poucas funcionalidades, mas que tragam valor aos participantes.
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“Deve ser feito de uma maneira que garanta expansão da rede para mais membros, mais funcionalidades e mais ativos transacionados no ambiente”, diz o especialista.
No entanto, para que a tecnologia possa avançar ainda mais no Brasil, alguns especialistas e integrantes do mercado acreditam que é necessário uma regulamentação para o tema.
“Não dá para ficar sem regulação nenhuma, e ficar esperando uma resolução política nesse sentido é ser ingênuo e pode significar perder o bonde da história. Propomos um marco regulatório que venha mais no sentido de modernizar e remover barreiras que nos impedem de avançar, um ambiente regulatório de modelo de negócio, e não uma regulação da tecnologia em si, esse é o objetivo”, explica Carl Amorin, membro do Blockchain Research Institute no Brasil e diretor executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto)
Já para Ricardo Vilanova, da Ernest & Young (EY), a tecnologia pode avançar valendo-se de regras que já existem, como o Código de Defesa do Consumidor e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Há setores que não precisam de regulamentação, outros, sim. Uma adaptação ao que já existe é uma forma de evitar o ‘faroeste'”, diz Vilanova. Opinião também compartilhada por Paulo Venâncio Marcelino, diretor de pré-vendas de soluções digitais da Embratel, que acredita que as empresas precisam entender como as novas tecnologias se integram e funcionam.
“Só a partir disso é que se deve pensar em criar uma regulamentação” diz.