A Bitwage, startup norte-americana que possibilita que empresas paguem seus funcionários com criptomoedas, adicionou o Ether (ETH) como uma nova opção de pagamento em sua plataforma.
Anunciado nesta segunda-feira, 10 de junho, a nova adição permitirá empresas possam tanto fazer pagamentos de salários em ETH, quanto oferecer benefícios de impostos e de conformidade com as leis trabalhistas.
A empresa fornece depósitos diretos em Bitcoin desde 2014 e atende a mais de 30 mil trabalhadores. Funcionários, autônomos e freelancers também podem receber de seus clientes ou empregadores todo ou parte de seus pagamentos em criptoativos.
De acordo com Fabiano Dias, diretor de negócios da Bitwage na América Latina, a opção de pagamento tanto em BTC quanto em ETH está disponível em todo o mundo todo, inclusive no Brasil. E a empresa planeja anunciar mais opções de criptomoedas.
“O plano da Bitwage é expandir as opções de pagamento para mais criptomoedas. Muito em breve a Litecoin e a Dash também serão incorporadas em nossa plataforma”, afirmou.
Peso do mercado
Ao comentar sobre o mercado brasileiro, Dias afirmou que o país não possui um peso tão grande nas transações da Bitwage – e colocou um possível obstáculo para a difusão de pagamentos de salários via criptomoedas aqui.
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“O Brasil não representa hoje um mercado tão forte quanto os EUA ou Europa no que se refere a recebimento de salários. Isso se deve, em grande parte, às leis trabalhistas, que colocam as empresas numa saia justa por não ter regras tão claras sobre esses pagamentos. Mas temos vários trabalhadores autônomos que usaram o nosso serviço.”
Ainda assim, ele afirmou que o serviço já foi, e ainda é, muito utilizado por profissionais brasileiros, até mesmo por pessoas muito conhecidas no mercado.
“Inclusive grandes entusiastas do Bitcoin, como Fernando Ulrich (XDEX) e Raphael Lima (Ideias Radicais), pessoas que já falaram sobre a Bitwage, usaram o serviço. Apesar do baixo volume, temos clientes que utilizam o serviço de recebimento de reais em Bitcoins”, contou Dias.
Perfil de clientes e novos serviços
Sobre o perfil dos clientes que recebem salários ou pagamentos em criptomoedas, Dias afirmou que o perfil predominante são profissionais liberais que trabalham para sites especializados em freelancers.
“O perfil geral, nossa maior base de clientes, é de usuários de sites de freelancers (Upwork, Total e outros). São profissionais que trabalham remotos e recebem em criptomoedas por ser mais rápido e barato em muitos casos. Já o público que trabalha fixo e que recebe o salário, ou parte dele, ainda é pequeno.”
Ainda falando sobre os empecilhos do mercado brasileiro, Dias afirmou que muitos serviços que já estão presentes nos EUA ainda não são acessíveis para clientes brasileiros. Um deles é o investimento direto em fundos por meio de criptomoedas, no qual clientes norte-americanos podem usá-las para investir em planos de aposentadoria.
“Nos Estados Unidos, a Bitwage dá ao usuário a opção de fazer um fundo de previdência (401(k)) direto em criptomoedas, por meio de uma parceria que temos com bancos locais. No Brasil, infelizmente não podemos fornecer essa opção. Talvez se a situação regulatória no Brasil melhorar, possamos oferecer esse produto também aos brasileiros.”
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