Embora o Bitcoin não seja uma criptomoeda de curso legal em Cuba, a ilha caribenha pode superar El Salvador como o local onde a maior parte da população usa criptoativos para pagamentos.
De acordo com dados do DailyCoin, depois que o governo cubano disse que as criptomoedas não eram ilegais no país e passou a incentivar seu uso, mais de 100.000 cubanos já estão usando criptoativos diariamente.
Embora o número pareça pequeno, ele representa quase 1% da população cubana negociando e usando criptoativos. Proporcionalmente, o número é maior do que a aceitação das criptomoedas no Brasil, que tem mais de 220 milhões de habitantes e pouco mais de 100 mil pessoas negociando criptoativos regularmente, segundo dados da Receita Federal.
O governo cubano começou a implementar, em 2021, uma estrutura legal para o mercado de criptomoedas no país. E, desde abril de 2022, quem quiser usar criptomoedas deve primeiro adquirir uma licença do Banco Central de Havana.
Ao pedir a licença, o banco considerará nuances socioeconômicas e legais. Em seguida, aprovará ou negará uma licença de um ano.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
“Dessa forma, o governo espera poder reviver o comércio internacional, enquanto os cidadãos podem movimentar dinheiro mais livremente por meio do uso de carteiras com criptomoedas, em vez dos principais cartões de crédito e sistemas de pagamento eletrônico”, destacou Tadas Klimasevskis do DailyCoin.
Bitcoin e Cuba
Mas não é de hoje que Cuba busca incentivar formas alternativas de dinheiro para fugir das sanções dos Estados Unidos que afetam a nação desde a Revolução Cubana no século passado.
Sistemas de pagamento populares como, por exemplo, PayPal, Revolut, Zelle e muitas outras carteiras eletrônicas em todo o mundo são banidos pelo governo cubano ou sancionados pelos EUA, impedindo tanto pessoas comuns como o governo de usá-las.
Além disso, há sérias restrições ao uso de VPN, em busca de contornar sanções, sem contar a internet de Cuba que não é estável e por vezes sofre interrupções e censura.
Nelson Rodriguez, proprietário de uma empresa local, explicou em uma entrevista recente à NBC que há um choque de duas perspectivas opostas, o que levou ao aumento do uso de criptomoedas.
“Gosto das criptomoedas porque acredito na filosofia”, diz Rodriguez, referindo-se à ideia de soberania, descentralização e poder armazenar e negociar fundos livremente sem temer que o governo local implemente impostos vagos ou simplesmente proíba a tecnologia.
Leia também: Valor bloqueado do DeFi cai para o menor valor do ano
Leia também: Bitcoin ainda pode cair mais e chegar a US$ 18.179, diz analista
Leia também: BIS: 90% dos bancos centrais exploram lançamento de CBDCs motivados pela expansão das criptomoedas