A Crypto.com interrompeu temporariamente os depósitos de XRP, causando preocupação entre seus usuários. A empresa implementou a chamada “regra de viagem” (“travel rule”) mesmo antes de sua entrada em vigor, prevista para 30 de dezembro na União Europeia.
A medida gerou críticas, principalmente de traders como Edward Farina, que consideram a ação uma violação de direitos.
Edward Farina compartilhou em redes sociais sua experiência frustrante. Ele transferiu 12 XRP para sua carteira no exchange, mas recebeu a mensagem: “Você tem um depósito pendente de 12 XRP. Vamos lhe notificar quando ele for confirmado.”
Farina criticou a aplicação antecipada da regra, destacando que a medida não deveria ser exigida antes de sua data oficial.
A regra de viagem, que faz parte da MiCA (Markets in Crypto-Assets Regulation), exige que informações detalhadas sobre o remetente e o destinatário acompanhem todas as transações com criptoativos.
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De acordo com o regulamento europeu, o objetivo é garantir maior rastreabilidade e combater a lavagem de dinheiro. Contudo, Farina argumenta que a Crypto.com aplicou as regras de forma errônea. Isso porque a transação ocorreu em seu país de origem.
Crypto.com, XRP e regulação na UE
Apesar das críticas, especialistas apontam que a aplicação antecipada da travel rule não é uma novidade. Em países como Canadá e Reino Unido, medidas similares já estão em vigor.
A regulação exige dados como nome, endereço e data de nascimento do remetente, além da identificação do destinatário, mesmo para transações inferiores a US$ 1.000.
O congelamento dos depósitos de XRP gerou divisão entre os usuários. Alguns consideram a medida necessária para aumentar a segurança no setor. Outros, no entanto, veem a centralização das informações como uma ameaça à privacidade e defendem a autocustódia como alternativa.
A adoção da Lei MiCA marca uma nova fase para o setor de criptomoedas na União Europeia. Conforme anunciado no Diário Oficial da UE, a partir de 2025 todas as transações financeiras deverão seguir os padrões estabelecidos.
Até lá, casos como o de Edward Farina podem continuar gerando polêmicas, principalmente enquanto as plataformas ajustam suas operações às novas regras.