O El Petro, a primeira criptomoeda estatal do mundo, foi lançada a poucos dias e colocou a Venezuela entre as principais notícias mundiais do mercado de criptomoedas. A nação sul-americana anunciou que, apenas no primeiro dia, a pré-ICO institucional da moeda digital arrecadou cerca de US$735 milhões. No entanto o que Maduro e os funcionários do governo venezuelano ainda não esclareceram são as controvérsias que existem no projeto, como, por exemplo, a blockchain em que o Petro está sendo emitido.
De acordo com o Whitepaper, o token é um ERC-20 e portanto utiliza a rede do Ethereum, porém no “Guia do Comprador” consta que os tokens são emitidos na blockchain da NEM. Segundo a Coindesk, agência notícias especializada no universo cripto, não está claro por que há uma discrepância entre os dois documentos. É possível que o Petro seja realmente construído com base na rede NEM, apenas para ser trocado mais tarde para o ERC-20 como alternativa. Os desenvolvedores da criptomoeda NEM confirmaram a informação sobre o El Petro mas, a que tudo indica, não existe um esforço de construção conjunto:
“A tecnologia NEM está aberta à todas as pessoas e organizações que desejam usá-la. A Fundação NEM permanece fora da política. Podemos confirmar que o governo da Venezuela pretende usar a blockchain da NEM.”
Um representante da Fundação NEM disse à CoinDesk que o grupo “não está envolvido com este projeto e não está na posição de controlar nenhum projeto de código aberto“. “A Fundação NEM tem um propósito claro de introduzir, educar e promover o uso de sua plataforma blockchain em escala internacional para todas as indústrias e instituições”, afirmou o representante.
Lembrando que, atualmente, o Petro pode ser negociado em 3 exchanges: Zeus, MonkeyCoin e EtherDelta, o que dá a entender que a moeda seja um token ERC-20, ou seja construído na rede do Ethereum.
As informações sobre outros grupos, alegadamente ligados ao projeto Petro, também não são claras. Apesar das exchanges já listadas acima afirmarem apoiar ao projeto, um relatório emitido em dezembro liga o Petro à plataforma de empréstimo OnixCoin. A plataforma, por sua vez, confirma a informação em seu site: “a OnixCoin é responsável pela realização da geração da criptomoeda venezuelana“. Não está claro qual é verdadeiramente a participação da empresa e como ela procederá.
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Outro ponto não esclarecido é sobre a mineração da criptomoeda. O projeto venezuelano, segundo anunciado, ainda conta com “fazendas de mineração” para o Petro, porém sem especificar como exatamente será feita esta mineração. Segundo o Paper da moeda digital, todas as 100 milhões de moedas Petro serão pré-mineradas, ou seja, emitidas de uma só vez.
Maduro declarou que mais de 860 mil cidadãos se inscreveram para fazer parte da equipe “mineração” da nação sul-americana. O registro de mineradores foi lançado pela Superintendência de Criptomoedas e Atividades Relacionadas da Venezuela e esteve aberto até o dia 21 de janeiro para inscrições. Durante a reunião de lançamento oficial do Petro, Maduro revelou pela primeira vez o “Petro Container”, destacando que centros de mineração da moeda digital estariam sendo instalados em instituições educacionais (escolas e universidades).
Conforme anunciou o governo venezuelano, o El Petro será lastreado em barris de petróleo não desenvolvidos que existem no subsolo no bloco de Ayacucho do Cinturão do Orinoco, ou seja, um petróleo ainda não explorando. Além disso não será possível converter El Petro em ativos físicos, portanto, o governo deterá o poder de conversão da criptomoeda em moeda fiduciária.