Uma nova tática tem sido usada por criminosos para acessarem as criptomoedas de suas vítimas. O roubo (ou hack) de cartões SIM, conhecidos popularmente no Brasil como chips, que possuem a função de identificar, controlar e armazenar dados, permite que criminosos redefinam senhas de usuários e acessem suas contas obtendo assim as criptomoedas armazenadas em aplicativos de carteiras digitais vinculados aquele número de telefone.
De acordo com a agência de notícias Motherboard, somente na conferência Consensys deste ano, mais de US$1,5 milhão foram roubados por meio desta tática de uma única vítima e, recentemente, o estudante universitário Joel Ortiz, de 20 anos, foi preso na Califórnia sob a acusação de fazer parte de uma gangue que hackeou números de telefones antes de roubar mais de US$5 milhões em Bitcoins e outras criptomoedas. As autoridades alegam que Ortiz, junto com seus cúmplices, aplicou o golpe em mais de 40 dispositivos.
Com a ajuda da gigante de telecomunicações AT&T, os investigadores conseguiram obter os números do IMEI (International Mobile Equipment Identity) dos telefones que o sequestrador de SIM usava. Posteriormente, os detetives puderam acessar contas de email vinculadas aos smartphones, de onde obtiveram evidências de atividade criminosa em potencial. Ortiz teria usado contas nas exchanges Binance, Bittrex e Coinbase, movimentando cerca de US$1 milhão em criptomoedas nessas plataformas.
Outra fraude que tem surgido no ecossistema das criptomoedas envolve o hacking social que, por meio de uma ligação supostamente de “suporte técnico”, busca obter informações pessoais dos clientes.
“Criminosos se apresentam como suporte de uma criptomoeda e desta forma pedem acesso à carteira virtual da vítima transferindo todos os fundos para outra carteira, alegando que a ação é temporária e necessária para realização de uma manutenção na carteira da vítima, entretanto, nunca mais os recursos são devolvidos”, alertou o FBI em março deste ano.