Um médico paulistano teve a casa invadida por criminosos armados e foi mantido refém por cinco horas, enquanto os assaltantes roubavam US$ 86 mil (cerca de R$ 500 mil) em criptomoedas.
Conforme reportagem da UOL, publicada nesta quarta-feira (05), o crime ocorreu em 22 de dezembro, no bairro Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. A Polícia Civil investiga o caso, mas até o momento, não há suspeitos identificados.
A vítima havia acabado de sair de uma partida de futebol beneficente, que organiza semanalmente, quando percebeu que estava sendo seguido por uma moto. Como dirigia um carro blindado, não se preocupou. No entanto, ao chegar em casa, encontrou quatro criminosos à sua espera. Três entraram na residência e um permaneceu do lado de fora monitorando a rua.
Roubo de criptomoedas
Assim que renderam o médico, os assaltantes exigiram seu celular e perguntaram diretamente por suas criptomoedas.
“Eles já entraram perguntando: ‘Cadê o celular que tem o Bitcoin?'”, relatou a vítima.
Os criminosos utilizaram reconhecimento facial para acessar a conta do médico da corretora de criptomoedas Binance e movimentar os fundos.
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A vítima contou à reportagem que durante cinco horas, os assaltantes realizaram diversas transferências, seguindo instruções de dois comparsas que davam ordens por telefone. Entre os valores roubados, US$ 36 mil (cerca de R$ 209 mil) estavam bloqueados em staking, um tipo de investimento em que os fundos ficam bloqueados por meses ou anos em troca de recompensas em criptomoedas.
De acordo com o relato do médico, os criminosos pagaram uma taxa para liberar os valores instantaneamente.
“Eles sabiam mais sobre a Binance do que eu”, afirmou.
A vítima possuía um total de US$ 96.759,93 (cerca de R$ 562.968,62) armazenados na plataforma. Ao final do assalto, restaram apenas US$ 10.593,54 (R$ 61.635,33) na conta, pois os criminosos não conseguiram concluir todas as transações antes de fugirem.
O médico criticou a facilidade com que os assaltantes sacaram seus fundos sem qualquer bloqueio de segurança por parte da Binance.
“Eu tinha essas criptos há seis anos e nunca mexi. Aí, do nada, em um domingo, sacaram tudo e mandaram para um monte de desconhecidos. E a Binance não bloqueou nada”, lamentou.
O que disse a Binance
Em resposta ao UOL, a Binance afirmou que não comenta investigações em andamento, mas destacou que possui “um dos programas de compliance e segurança mais robustos do setor”.
A corretora também declarou que investe constantemente em tecnologias para proteger seus usuários e que colabora com autoridades de diversos países. No entanto, não esclareceu por que não bloqueou os saques suspeitos nem se está ajudando a Polícia Civil no caso.
A Polícia Civil segue investigando o crime e informou que está requisitando informações de empresas e órgãos competentes. O 14º Distrito Policial de Pinheiros declarou que trata o caso como um roubo comum, não como uma nova modalidade criminosa.
A vítima acredita que foi traída por alguém próximo. Isso porque, segundo ele, os criminosos tinham informações detalhadas sobre sua segurança e bens.
“Eles entraram com um controle do meu portão, e esse modelo não pode ser clonado. Ou seja, pegaram uma das minhas quatro cópias”, concluiu.
