A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) acusou nesta sexta-feira, dia 17 de janeiro, o criminoso Boaz Manor, sua associada Edith Pardo e as empresas CG Blockchain Inc. e BCT Inc. SEZC, de enganar centenas de investidores para captação de mais de US$30 milhões em uma oferta inicial de moedas (ICO) fraudulenta. Manor teria ainda usado uma identidade falsa para encobrir o fato de já ter cumprido um ano de prisão.
De acordo com o comunicado de imprensa divulgado pela SEC, entre agosto de 2017 e setembro de 2018 os réus comercializaram títulos de ativos digitais com a suposta intenção de desenvolver tecnologias para fundos de hedge e outros investidores em ativos digitais.
Ocultação da verdadeira identidade
Para não revelar sua verdadeira identidade aos investidores, Manor, cidadão de Toronto, Canadá, teria escurecido o cabelo, deixado a barba crescer e mudado seu nome para “Shaun MacDonald”. Tudo isso para que ninguém descobrisse que ele é um ex-sentenciado, já que se declarou culpado das acusações criminais decorrentes de um colapso de um grande fundo de hedge canadense. Manor chegou a admitir a alguns investidores que ocultou sua identidade para evitar que a empresa fosse “destruída”.
A acusação afirma que os réus alegaram ter 20 fundos de hedge testando a tecnologia para o registro das transações em um livro ou em uma blockchain. Entretanto, de acordo com o comunicado da SEC, eles apenas enviaram um protótipo para 12 fundos, que não usaram e nem pagaram por ele.
Conhecer para investir
O chefe da Unidade de Abuso de Mercado da SEC, Joseph G. Sansone, declarou que é fundamental conhecer a identidade e o histórico de cada um dos indivíduos por trás de um empreendimento para não cair em golpes.
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“Como alegado em nossa denúncia, o descarado esquema de Manor para ocultar sua identidade e histórico criminal privou os investidores de informações essenciais e permitiu que os réus tirassem mais de US$30 milhões dos bolsos dos investidores”, acrescentou Sansone.
A agência acusa Manir e Pardo de violarem as disposições antifraude e de valores mobiliários. Através da ação busca recuperar os ganhos ilícitos mais os juros, multas e medidas cautelares.
“A SEC também busca ordens que impeçam a Manor e a Pardo de atuarem como diretores ou conselheiros de empresas públicas e de participar de futuras ofertas de valores mobiliários”, diz o comunicado.
Paralelamente, o Ministério Público dos EUA anunciou também acusações criminais contra Manor, cidadão duplo do Canadá e Israel, e Pardo, um cidadão israelense.
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