Enquanto algumas nações discutem, separadamente ou em conjunto, como elaborar regras para o mercado de criptomoedas, com a finalidade de evitar que a tecnologia seja utilizada para diferentes finalidades associadas à criminalidade, outros, países por sua vez, buscam refúgio em ativos criptográficos com o objetivo justamente de “driblar” regras impostas por outros países para o comércio internacional, as chamadas sanções.
O caso mais emblemático é o da Venezuela com o token El Petro, a primeira criptomoeda estatal que, lastreada nas reservas de petróleo da nação latino americana, busca, declaradamente, ser um recurso para escapar das sanções norte-americanas. Nações que também enfrentam bloqueios internacionais como Rússia e Irã também já pensaram em medidas similares. Agora, quem pretende juntar-se a este time é a Crimeia, um território que se “separou” da Ucrânia, para se “juntar” à Rússia, num conflito altamente contestado internacionalmente.
As autoridades da Crimeia querem lançar um fundo de criptomoedas para investidores estrangeiros, visando contornar as sanções econômicas atualmente em vigor contra o território ocupado na Rússia. Georgy Muradov, vice-primeiro ministro da Crimeia, revelou seus planos recentemente:
“Estamos discutindo esses esquemas para contornar as sanções”, disse Muradov. “Uma forma é a criação de um fundo de investimento em criptomoeda na Crimeia, onde podemos acumular recursos em criptomoedas, trocá-las por moeda fiduciária e usá-las para implementar determinados projetos de investimento em terras da Crimeia.”
Muradov fez as declarações um dia antes do Fórum Econômico Internacional de Yalta. Na conferência, Anatoly Aksakov – que dirige o Comitê do Mercado Financeiro na câmara legislativa mais baixa da Rússia – disse que exchanges de criptomoedas e ICOs podem ser permitidas no território da Crimeia, mas a mineração não será permitida devido à escassez de eletricidade na região.