O mercado de criptomoedas experimentou um enorme crescimento no Brasil. Algumas exchanges chegaram a ter mais acessos mensais do que grandes corretoras de investimentos, o que demonstra o interesse das pessoas em investir em bitcoin e outras moedas digitais.
Uma área que também cresceu foi a de vagas de emprego voltada para criptomoedas. As principais empresas do mercado brasileiro vivenciaram um grande crescimento na oferta – e, principalmente, na procura – por vagas de trabalho.
O crescimento dos investimentos em startups ligadas ao bitcoin e blockchain cresce exponencialmente. Segundo o site AngelList, os investimentos em empresas dessa área saltaram de pouco mais de US$ 70 milhões de dólares em 2014 para US$ 250 milhões em 2016. Um crescimento de quase 4 vezes em cerca de 2 anos. Ainda segundo o site, a quantidade de investimentos feitas no primeiro semestre de 2017 já supera o montante de todo o ano anterior, chegando na marca de US$ 600 milhões de dólares.
Com tais investimentos, o crescimento também se refletiu nas vagas de emprego no setor. Em 2014 eram cerca de 200 vagas listadas no AngelList; em 2016, o número já passava de 400 e agora em 2017, a projeção é ainda maior: a expectativa do site é chegar as 1200 vagas listadas.
E no Brasil?
O ecossistema de trabalho em blockchain e bitcoin também cresceu no Brasil. A grande profusão de cursos na área, ocorrida nos últimos dois anos, permitiu a formação de vários profissionais nessa área, especialmente em programação.
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Tal avanço refletiu nas vagas e profissionais no mercado de trabalho. A própria Foxbit é um exemplo desse crescimento. Em declaração ao Criptomoedas Fácil, a exchange afirmou que, de 4 colaboradores e 6 sócios no início do ano, planeja fechar 2017 com 50 colaboradores.
Para 2018, a Foxbit afirma ter planos mais voltados para o crescimento operacional, como automatizações de processos. Ainda assim, os sócios da empresa estimam um aumento no quadro da empresa em torno de 90 e 115 funcionários, principalmente com aumento do time de marketing, tecnologia e negócios.
Outra empresa que demonstrou um grande crescimento foi o Mercado Bitcoin, que recentemente se tornou a exchange com mais acessos no país, superando inclusive a XP Investimentos. Segundo a empresa, que também falou ao Criptomoedas Fácil, no início de 2017 o quadro era de menos de 10 colaboradores, mas a projeção para o fim de 2017 é chegar a 100 colaboradores, enquanto que para 2018, a projeção da empresa é fechar o ano com 200.
Recrutamento e seleção
Área vital para a escolha de bons colaboradores, o recrutamento e seleção geralmente é feito pelas próprias empresas.
Os fatores que levam a isso são vários: redução de custos; equipe pequena, o que leva a uma maior facilidade de seleção, dispensando o uso de empresas especializadas. Em uma área como a tecnologia de blockchain – que ainda está em seus primeiros passos – a necessidade de selecionar profissionais com conhecimento e competência torna-se ainda mais fundamental.
As empresas utilizam formas variadas para efetuar esse processo. O Mercado Bitcoin utiliza uma seleção mais interna, através da base de currículos da empresa. “Selecionamos pessoas de diferentes formas: algumas por indicação, outras buscamos no mercado (hunter) e outras abrimos vagas publicamente para as pessoas se candidatarem. Mas, sempre estamos abertos a receber currículos no nosso e-mail de recrutamento. O primeiro lugar que consultamos quando abrimos uma vaga é a nossa base de currículos“, declarou a empresa.
Já a Foxbit utiliza sites especializados, como o 99jobs e a Gama Academy, para realizar o processo, além de indicações de parceiros, com o intuito de identificar não apenas talentos, mas sim colaboradores engajados. “Trabalhamos com um nicho bem especifico, e é difícil achar alguém que tenha conhecimento avançado. Sendo assim acabamos por procurar quem esteja alinhado com nossa cultura e o restante ele aprende em casa“.
Demanda em ascensão
Apesar de parecer que não há muita procura por vagas nesse mercado, os dados parecem contradizer essa afirmação.
O Mercado Bitcoin, por exemplo, mesmo sem ter dado números, a empresa afirma que tem uma alta frequência no recebimento de currículos, mesmo quando não possui vagas em aberto. “Todas as vezes que abrimos vagas publicamente tivemos uma quantidade enorme de pessoas que se inscreveram. Além disso, mesmo quando não temos vagas publicadas diariamente recebemos muitos currículos no RH“, afirmou.
Segundo a Foxbit, a quantidade de candidatos inscritos em suas vagas chega a números impressionantes. “A procura por trabalhar em Fintechs de uma maneira geral esta bem quente, mas bitcoin esta em um momento incrível: nas ultimas vagas anunciadas, chegamos a 110 pessoas para 1 vaga.”
Para se ter uma ideia do tamanho desses números, o último vestibular de medicina da Universidade de São Paulo (USP), o mais concorrido do país, apresentou uma relação de 63 candidatos por vaga (Fuvest 2017), pouco mais da metade da relação da Foxbit. Embora as amostras sejam bem diferentes (a USP oferta muito mais vagas do que qualquer exchange), os números mostram o potencial de crescimento que esse mercado possui.
Por fim, temos que destacar que o mercado de criptomoedas é bastante recente, tendo se desenvolvido com mais atenção apenas nos últimos dois anos. E esses dados mostram o futuro brilhante em potencial que ele reserva – seja no mundo ou no Brasil.