Muitos dos nossos leitores já devem ter ouvido falar do Openbazaar, uma das mais conhecidas plataformas de vendas do universo de criptomoedas, a qual é totalmente descentralizada e baseada na tecnologia blockchain.
É com uma proposta semelhante – e criada por brasileiros – que surgiu a Crafty, empresa que tem como principal proposta a criação de uma plataforma que possa ser utilizada por profissionais liberais e por clientes em busca dos seus serviços.
O Criptomoedas Fácil realizou uma entrevista com os fundadores da plataforma: o CEO Reinaldo Silva, o responsável pela parte técnica e CKO Normann Kalmus; e com um dos advisors da empresa, que além de ser um dos orientadores é também uma celebridade nacional: o cantor Ricardo Mariano (mais conhecido como Mariano) o qual integra a dupla sertaneja Munhoz & Mariano. Juntos, os três bateram um papo conosco sobre alguns dos principais aspectos, inovações e expectativas guardadas para essa nova empreitada.
Dados sobre o mercado – origem da ideia
Ao contrário de boa parte das ICOs, a Crafty já surgiu como uma empresa consolidada. O projeto, segundo o CEO Reinaldo Silva, foi uma evolução do Diaríssima, plataforma que originalmente era focada no mercado de profissionais diaristas. Contudo, uma avaliação mais profunda do mercado os levou a identificar outros nichos. “O Brasil possui mais de 7 milhões de trabalhadores domésticos, incluindo não apenas diaristas mas também outros profissionais como cuidadores de idosos, mecânicos, profissionais de consertos domésticos e muitos outros, os quais não estavam abarcados pelo Diaríssima. O Crafty surgiu como um meio de colocar esses profissionais em um marketplace“, afirmou.
O valor da reputação
A plataforma, o primeiro marketplace de serviços criado em blockchain do Brasil, tem como principal objetivo valorizar a reputação dos profissionais nela cadastrados. Segundo Reinaldo, “a reputação é o principal produto da Crafty. Damos aqui uma estrutura que permita que o profissional tenha toda a sua reputação registrada em um banco de dados seguro e imutável. Além disso, estimulamos o uso da plataforma ao condicionar as reputações com o numero de serviços prestados pela Crafty, o que impede que a pessoa abandone o uso e pegue serviços por fora”.
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Segundo o whitepaper da empresa, uma das principais dificuldades nesse mercado é a ausência de um sistema de classificação mais eficiente do que a famosa propaganda boca-a-boca. Essa preocupação fez com que a classificação das reputações de cada profissional seja a base do sistema – e uma forma de manter o profissional dentro da plataforma. Caso alguém não utilize o serviço com frequência, seu ranqueamento seria afetado, podendo dificultar a procura de novos serviços. “Os prestadores de serviços passaram a pedir aos clientes que eram atendidos por fora para começarem a fazer as solicitações pela plataforma, para que as suas qualificações melhorassem a classificação deles“, afirmou Normann Kalmus.
Taxas e preços dos serviços
O modelo de negócio da empresa é baseado nas avaliações e na reputação. Cada avaliação realizada no sistema é remunerada em tokens Crafty (CFTY), com o objetivo de estimular o uso da plataforma através do incentivo financeiro.
Segundo Normann, nenhuma das partes – tomador ou prestador do serviço – terá que desembolsar nenhuma taxa ou comissão para a Crafty. “Nem os contratantes nem os prestadores de serviços terão que pagar qualquer taxa para a Crafty. Uma das formas que encontramos para gerar receita na plataforma foi a inclusão de parceiros, empresas que poderiam ofertar seus produtos e serviços dentro da Crafty através de propagandas. Em troca, elas pagarão uma taxa para ter acesso”.
Segundo o CKO, a plataforma terá como formas de remuneração alguns benefícios que serão colocados para os usuários e também para parceiros externos. Um dos exemplos é a possibilidade de empresas poderem anunciar e vender produtos aos clientes mediante o pagamento de uma taxa. Outra é o fornecimento de uma maquineta online de cartão de crédito, que permita aos prestadores aceitar pagamentos em cartão de crédito. “Estamos negociando uma parceria para oferecer mais essa vantagem na plataforma da Crafty“, disse Normann.
Como a plataforma não possui nenhum vínculo com os prestadores de serviços, os mesmos tem a liberdade de estipular o preço que desejarem – usando a moeda em que quiserem. “Os profissionais cadastrados terão a liberdade de colocar o preço que desejarem pelo seu serviço, podendo até escolher a moeda que desejaram. Real, dólar, bitcoin ou os tokens Crafty“, diz Reinaldo.
A ICO
A Crafty se tornou a primeira ICO lançada no mercado brasileiro. Segundo o site da empresa, a pré-venda já arrecadou 30% dos valores esperados, faltando pouco mais de 24 horas para o seu encerramento. Na entrevista, os fundadores destacaram que durante esse período o investidor terá 20% de bônus sobre o valor adquirido e também falaram sobre a divisão.
“O CFTY é um token ERC-20, criado através da blockchain Etherium. Serão emitidos 10 bilhões de tokens. O valor mínimo a ser investido é de 0.02 ether, com um bônus de 20% para quem investir durante a pré-venda: 15% desses tokens ficarão nas mais dos fundadores, 30% serão disponibilizados durante a pré-venda e 50% para a ICO“, afirmou Reinaldo.
Os tokens podem ser adquiridos tanto pelo site da empresa quanto diretamente via smart contract.
Expectativas e recepção da plataforma
No final da entrevista, Reinaldo e Mariano falaram sobre as expectativas de sucesso do Crafty e como estava sendo a recepção das pessoas para com a plataforma. Ambos deram opiniões muito otimistas.
Reinaldo cita o alto potencial do mercado de trabalho e o sucesso do Diaríssima para demonstrar seu otimismo. “Temos um mercado de trabalho muito amplo no Brasil e não encontramos nenhuma empresa que tivesse o mesmo foco que a Crafty. No whitepaper colocamos como meta de, no médio prazo, ter 5% do mercado de profissionais domésticos cadastrados na empresa. O sucesso do Diaríssima também nos faz ter altas expectativas: são dois anos de experiência dentro desse mercado. A Crafty é uma versão melhor, mais segura e com um modelo de negócio totalmente diferenciado, e eu creio que vamos crescer ainda mais“.
O cantor Mariano também se mostrou otimista, e durante a entrevista respondeu a uma pergunta mais bem humorada (“Será que teremos mais um sucesso sertanejo, o Crafty Azul?) com bom humor. “Tivemos uma repercussão muito bom, até maior do que planejamos. Muita gente tem nos perguntado sobre a Crafty, vários canais e portais tem nos procurado para realizar entrevistas, e mesmo algumas fãs minhas. Tenho muitas fãs que são cadastradas na Crafty e algumas delas já chegaram a mencionar a plataforma quando nos encontramos em shows. Estamos muito felizes com toda essa cobertura e a gente espera que isso ajude muito para que a Crafty se torne cada vez mais conhecida”, finalizou.