Os atores Cauã Reymond e Tatá Werneck conseguiram junto ao Supremo Tribunal Federal, via habeas corpus, o direito de não comparecerem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga esquemas de pirâmides de criptomoedas no Brasil, incluindo a Atlas Quantum.
No entanto, em uma reviravolta, a CPI conseguiu aprovar a quebra de sigilo bancário da dupla, além do apresentador Marcelo Tas e do líder do esquema, Rodrigo Marques dos Santos. A Câmara dos Deputados divulgou a decisão em seu site oficial após sessão realizada na quarta-feira (23).
Tatá, Cauã e Tas foram chamados a prestar esclarecimentos na CPI em razão de terem firmado um acordo de publicidade com a Atlas Quantum. A empresa, apontada como pirâmide financeira, é alvo da Comissão. Com a quebra de sigilo, as autoridades querem saber se o trio recebia algum tipo de remuneração pela captação de novos clientes. O pedido da quebra de sigilo foi do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP):
“Requer que esta CPI decrete a quebra do sigilo bancário da empresa Atlas Quantum, pertencente à Rodrigo Marques dos Santos, CNPJ Nº 31.049.719/0001-40, e dos contratados, os senhores Cauã Reymond Marques e Marcelo Tristão Athayde de Souza, e a senhora Talita Werneck Arguelhes, assim como o acesso aos contratos e aos dados do pagador relativos às campanhas realizadas”.
Atlas Quantum, Tatá Werneck e Cauã Reymond
A Atlas prometia rendimentos de 5% ao mês com arbitragem de Bitcoin. Contudo, o “negócio” da Atlas colapsou em 2019, deixando um prejuízo bilionários para os investidores. Além disso, naquele ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proibiu a Atlas Quantum de ofertar produtos de investimento coletivo. Estima-se que a empresa tenha aplicado um golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores.
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Em nota, a defesa de Tatá afirmou que a convocação para a CPI causou grande perplexidade:
“Tatá atuou somente como garota propaganda da Atlas, há longínquos cinco anos, ocasião em que não havia nada que desabonasse aquela empresa. Ora, se o Banco Central, a CVM, o Ministério Público, a Receita Federal e os demais Órgãos Reguladores permitiam a atividade da Atlas junto ao grande público, como poderia a Tatá, que é somente uma atriz, adivinhar que essa empresa teria alguma atividade ilegal?”, questionou.
Tatá era apenas prestadora de serviços, diz defesa
De acordo com a defesa, se Tatá soubesse que a Atlas se envolveria em escândalo, lesando consumidores, ela jamais aceitaria vincular sua imagem àquela empresa. Além disso, os advogados destacaram que a atriz nunca investiu na Atlas, nunca foi sócia da Atlas ou teve qualquer participação nos rendimentos.
“Tatá foi somente uma prestadora de serviços sem qualquer envolvimento com as atividades e rotina da Atlas”, completou.
Conforme noticiou o CriptoFácil, Tatá está processando a Atlas por uso irregular de sua imagem. A atriz alega que a empresa alvo da CPI das Pirâmides usava sua imagem nas nas redes sociais para dar credibilidade aos negócios, mas sem o seu conhecimento.