A blockchain sendo desenvolvida em inúmeras possibilidades de aplicação e, diariamente, acompanhamos o surgimento de projetos que possuem diferentes finalidades. Recentemente, uma fundação baseada na Costa Rica, país da América Central, anunciou suas pretensões de tokenizar uma floresta natural visando preservar a riqueza natural do país e evitar a expansão do agronegócio e da especulação imobiliária.
O desenvolvimento do “Terocoin”, token da Tero Reserve Foundation, começou em abril de 2017 e busca ser o primeiro token do mundo “ecologicamente correto”. Portanto, cada unidade do Terocoin será lastreada em um metro quadrado de terra “virgem”, ou seja, que não tenha sofrido intervenções humanas significativas e que não contenha habitações humanas. A floresta será administrada pela Fundação, que cuidará também de sua preservação e também de impedir que seus recursos sejam utilizados para outros fins, como corte de madeira, caça a animais, entre outros.
Um recente relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), revelou que a degradação e a escassez de terras e água colocam em perigo vários sistemas de produção de alimentos em todo o mundo e representam um desafio para alimentar a população mundial que chegará a 9 bilhões de pessoas em 2050.
“O estado dos recursos de terras e água para a alimentação e a agricultura assinala que, apesar do aumento nos últimos 50 anos na produção de alimentos, os lucros se associaram a práticas de gestão que degradaram as terras e os sistemas hídricos”, diz o relatório.
No Brasil, pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) concluíram que o desmatamento na Amazônia aumentou 40% nos últimos 12 meses e chegou ao “coração da Amazônia”, o cinturão verde que atravessa os estados do Acre, norte do Mato Grosso, sul do Amazonas, parte de Rondônia e vai até o oeste do Pará. Ainda de acordo com o Imazon, 83% das derrubadas converteram-se em áreas de pasto e agricultura.
É de olho nesses dados que o token Terocoin pretende atuar, buscando, não só angariar recursos mas, principalmente, promover a preservação da natureza. As primeiras moedas emitidas serão apoiadas por terras destinadas à preservação na Costa Rica, país que foi escolhido por ter uma longa história de democracia estável e, portanto, os direitos de propriedade são bem reconhecidos.
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No país caribenho, tanto costarriquenhos quanto estrangeiros podem possuir propriedades sem restrições e o povo e o governo da Costa Rica estão muito orgulhosos dos recursos naturais de seu país e o consideram, em muitos aspectos, uma reserva natural para ser desfrutada por pessoas em todo o mundo.
A Fundação Tero alega que “um token só pode existir se, e somente se, a Fundação já tiver em suas mãos a área de reserva disponível para fazer o backup”, para isso, planeja uma primeira venda “institucional” que busca os primeiros recursos para aquisição das primeiras terras. Segundo a Tero, as “cotas” de tokens foram vendidas em lote mínimos de 100 mil tokens e, sem revelar o valor, ela diz que praticamente todos foram vendidos.
Após esta fase, a fundação revela que os tokens só poderão ser adquiridos também em blocos (por serem lastreados em metros quadrados de terras não há como comprar 1m² por vez por token comprado) diretamente na Fundação Tero e, em uma terceira fase, os tokens poderão ser adquiridos em exchanges (não haverá qualquer ICO do projeto). Desta forma, a Fundação Tero pretende “criar um equilíbrio entre a tecnologia e a mãe terra”, uma proposta interessante que pode significar uma forma, criptografada, de preservação dos recursos naturais.