O corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) dos EUA na semana passada não apenas impulsionou influxos maciços em produtos de Bitcoin tradicional e altcoins, mas também acelerou a fuga de capital dos produtos financeiros que apostam na queda da criptomoeda.
De acordo com o Volume 252: Relatório Semanal de Fluxos de Fundos de Ativos Digitais da CoinShares, os chamados produtos short-bitcoin registraram saídas de US$ 3,5 milhões, reduzindo seu patrimônio sob gestão (AuM) para apenas US$ 83 milhões – o menor nível em vários anos.
Os produtos short-bitcoin são instrumentos utilizados por investidores para lucrarem com a desvalorização do Bitcoin no curto prazo. Quando o preço da criptomoeda cai, esses produtos se valorizam; quando sobe, eles perdem valor. No entanto, é importante contextualizar o que constitui uma queda “significativa” para esses investidores.
Considerando a volatilidade inerente do Bitcoin, uma queda como a recente – de aproximadamente 2.6% acompanhada de grandes liquidações – pode ser considerada moderada dentro do padrão histórico do ativo. Para os produtos short, movimentos realmente lucrativos geralmente envolvem quedas percentuais mais acentuadas (>5% em um dia ou >15% em uma semana).
A forte retirada de recursos do setor reflete, portanto, uma expectativa generalizada de alta prolongada, onde os investidores não anteveem correções suficientemente profundas que justifiquem a manutenção de apostas baixistas.
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Ethereum e altcoins também se beneficiam
Enquanto as apostas contra o Bitcoin minguam, a confiança no mercado como um todo se expande. O Bitcoin liderou os influxos com US$ 977 milhões captados na semana. Já o Ethereum recebeu US$ 772 milhões, elevando seu influxo anual para um recorde de US$ 12,6 bilhões. Solana (US$ 127,3 milhões) e XRP (US$ 69,4 milhões) também registraram demanda significativa, mostrando que o apetite por criptoativos está diversificado.
O valor total do setor atingiu US$ 40,4 bilhões, um pico desde o início do ano, colocando, assim, o mercado cripto a caminho de superar os US$ 48,6 bilhões captados em todo o ano de 2024.
Estados Unidos respondem por quase 94% das entradas
Do ponto de vista geográfico, os Estados Unidos foram, de longe, o maior contribuinte para os influxos, com US$ 1,792 bilhão captados apenas na última semana. A Alemanha (US$ 51,6 milhões) e a Suíça (US$ 47,3 milhões) aparecem em seguida, demonstrando um apetite sólido na Europa. Enquanto isso, o Brasil também figurou entre os países com entradas positivas (US$ 9,3 milhões). Por outro lado, Hong Kong foi uma exceção, registrando pequenas saídas de US$ 3,1 milhões.
O relatório destaca que, após uma reação inicial cautelosa ao anúncio do Fed, os investidores retomaram com força suas posições em ativos digitais após o anúncio odo banco central dos EUA. Os investimentos alcançaram cerca de US$ 746 milhões somente na quinta e sexta-feira.