Segundo uma entrevista publicada pela agência de notícias de Hong Kong Asia Times, analistas financeiros independentes Lourdes Miranda e Ross Delston acreditam que a Coreia do Norte tem usado criptomoedas para contornar as sanções econômicas dos Estados Unidos.
“Criminosos internacionais em toda parte preferem criptomoedas e a República Democrática Popular da Coreia não é exceção. Criptomoedas têm a vantagem adicional de lhes dar mais formas de contornar as sanções dos EUA. Eles podem fazê-lo usando múltiplos trocadores internacionais, misturando e transferindo serviços – espelhando o ciclo de lavagem de dinheiro”, explicou Miranda e Delston.
Os dois analistas explicam que a Coreia do Norte usaria um “mixer” também conhecido como “Laundry, Tumbler and a Washer” para mover criptomoedas de modo a esconder suas pegadas, o que geralmente inclui o envio do mesmo tipo de criptomoeda para a fonte original.
“É equivalente a solicitar troca para US$100 e receber de diferentes denominações, totalizando US$100”, disseram eles.
Miranda e Delston também advertem que a Coreia do Norte poderia mudar para uma criptomoeda diferente para obscurecer ainda mais a origem dos fundos.
Coreia do Norte desenvolvendo sua própria criptomoeda
Seguindo a liderança do Irã, a Coreia do Norte também pode estar trabalhando na criação de sua própria criptomoeda com o propósito de escapar das sanções econômicas.
Miranda e Delston sugerem que ter “sua própria criptomoeda também facilitaria sua capacidade de abrir contas online sob o disfarce de uma nação não-adversária usando comunicação anônima para ocultar os locais e o uso do usuário na internet”.
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Os dois analistas acreditam que a Coreia do Norte poderia criar seus próprios serviços de carteira para movimentar fundos de e para contas baseadas na Europa que não contenham informações pessoalmente identificáveis, a fim de ocultar o país de origem do fundo.
“Por exemplo, a RPDC poderia abrir uma carteira online usando um serviço baseado na Rússia, transferir sua criptomoeda para um serviço de carteira baseado na Bulgária e depois transferi-la novamente para um serviço de carteira baseado na Grécia, através de comunicação anônima e usando sua própria blockchain.”
Depois que os fundos passarem por várias contas anônimas, as criptomoedas acabarão chegando às exchanges europeias que mantém relações com um banco dos EUA, onde serão convertidas em dólares.
“Voilà, a RPDC agora tem dólares americanos sem nenhuma dessas pesadas sanções.”
Assim como a Coreia do Norte, acredita que a Rússia e o Irã também estão usando criptomoedas para escapar das sanções econômicas internacionais. No mês passado, o Irã divulgou os primeiros detalhes sobre sua própria criptomoeda nativa, o digital Rial.