Atualmente, diferentes plataformas baseadas em blockchains públicas ou privadas oferecem diversas soluções para praticamente todos os setores. Entretanto, um dos problemas apontados por especialistas da área é em relação à interoperabilidade destas plataformas e também suas conexões com os processos centralizados existentes atualmente em datacenters ou nuvem.
Nesta semana, o consórcio R3, formado por grandes empresas e instituições financeiras mundiais, anunciou a “primeira Blockchain Application Firewall”, que não é um firewall tradicional, mas uma aplicação capaz de limitar a comunicação entre nós de blockchain operando em diferentes ambientes e com diferentes necessidades informacionais de sua rede.
“Existe esse dilema, porque os nós de blockchain precisam ser capazes de se conectar aos sistemas centrais de uma empresa, mas também precisam ser capazes de se conectar a outros nós da rede [e em] arquiteturas de rede muito complexas”, disse Richard Gendal Brown, CTO do R3.
Portanto, a partir desta aplicação, o firewall, “protege o nó Corda do lado de fora enquanto permite apenas o tráfego que deve passar”. A partir deste desenvolvimento, Brown espera que ele seja um dos principais impulsionadores da adoção do plataforma Corda do R3 e também da tecnologia blockchain como um todo.
Brown prevê também que o mercado de blockchain corporativo logo se consolidará em um pequeno número de plataformas, aumentando a necessidade de que esses sistemas possam trocar dados, como transações atômicas. Desta forma, Brown argumenta que o Corda pode interoperar de várias maneiras, tanto entre suas próprias implementações de código aberto e corporativas, quanto com outras plataformas, citando o trabalho em andamento com a Hyperledger da IBM.
“Isso [falta de interoperabilidade] é o que tenho visto em algumas outras plataformas – implementações independentes; um aplicativo, uma rede, enfim, se continuarmos assim corremos o risco de levar o mundo de ativos e silos que justamente estamos tentando evitar com blockchain”, finalizou Brown.