Na última quinta-feira, 06 de dezembro, a ConsenSys, o maior hub de inovação e incentivo para construção de projetos de blockchain baseados em Ethereum, iniciou uma série de demissões como parte de seu projeto de reestruturação, que foi denominado pelo fundador da empresa Joseph Lubin como ConsenSys 2.0. Embora estimativas, não confirmadas pela empresa, indiquem que já foram desligados cerca de 13% dos funcionários, rumores nos corredores da Labitconf, evento que ocorreu durante a semana passada no Chile, afirmam que mais de 300 empregados devem deixar suas posições na ConsenSys.
O Criptomoedas Fácil apurou com representantes da empresa, que preferiram não se identificar e que também entraram na lista de corte, que as demissões atingiram toda a América Latina. Desta forma, a ConsenSys encerra, temporariamente, suas atividades no Brasil, país que teve todos os seus 13 funcionários desligados. O mesmo aconteceu nos outros países latinoamericanos que a empresa atua.
Uma das principais causas da reestruturação da empresa está ligada à queda acentuada nos preços do Ethereum, que inclusive fez com que a criptomoeda perdesse o posto de segundo lugar em valor de mercado para a Ripple (XRP).
“No ConsenSys 1.0, nós construímos um laboratório instrumentado para provar que a lua existia, usando engenharia complexa e argumentos filosóficos matemáticos e criativos. Agora, precisamos de um foguete aerodinâmico para nos levar até lá, uma vez que a prova real, um última análise, está no pouso”, destacou Lubin.
Em seus quatro anos de existência, a empresa descentralizada cresceu rapidamente, com um grande hub no Brooklyn e postos avançados em todo o mundo. Mais de 50 empreendimentos existem atualmente sob o guarda-chuva da ConsenSys, de acordo com funcionários da empresa. Como destaca a Forbes, no final de 2014, alguns meses depois do Ethereum ter sido lançado por meio de um crowdsale, no qual cada token valia US$0,30, Lubin criou a ConsenSys, descrita por ele como um “organismo” global para construir aplicações e infraestrutura para um mundo descentralizado, no entanto, em seu hub, ele é o arquiteto, o CEO e o banqueiro central, financiando todos os “spokes” da ConsenSys com seu patrimônio pessoal de criptomoedas, que, segundo estimativas, já chegou a mais de US$5 bilhões (na alta histórica do Ethereum).