Apesar da volatilidade no mercado de criptomoedas no último ano, o Conselho Europeu de Risco Sistêmico (ESRB), que supervisiona o sistema financeiro da União Europeia, afirmou que o impacto no sistema financeiro tradicional foi mínimo. Contudo, o conselho reforça a necessidade de mais supervisão neste setor.
Este anúncio representa uma mudança de postura do Banco Central Europeu (BCE), que anteriormente clamava por regulamentações imediatas para atenuar os riscos sistêmicos impostos pelas criptomoedas.
O ESRB, que possui estreita relação com o BCE, insiste que, apesar das ações legislativas europeias para regular o mercado de criptoativos – como a regulamentação Markets in Crypto Assets (MiCA) implementada em abril – é necessário mais esforço.
Um relatório recente do órgão financeiro sublinhou a importância da constante vigilância, especialmente em torno de finanças descentralizadas (DeFi) e contratos inteligentes, áreas que ultrapassam as regras da MiCA.
“Não podemos descartar potenciais riscos sistêmicos devido à notável trajetória de crescimento e à imprevisibilidade dos mercados de criptomoedas”, informa o relatório.
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Riscos das criptomoedas
Os riscos podem se tornar realidade caso a interconexão com o sistema financeiro tradicional cresça com o tempo, adverte o ESRB. Contudo, no momento, as criptomoedas não representam esses riscos, após reveses na indústria no ano passado.
Mesmo assim, o relatório aconselha que os responsáveis pela política implementem várias mudanças para lidar com as preocupações regulatórias existentes. Isso inclui, por exemplo, a imposição de relatórios regulares para instituições financeiras com exposição a criptomoedas.
Gasper Stih, diretor de marketing da ZondaCrypto, argumenta que, embora o relatório do ESRB sugira um risco sistêmico abrangente, o mercado DeFi ainda é “muito pequeno”.
“Isso parece indicar que qualquer ameaça percebida pelo BCE existe apenas no futuro, sugerindo a possibilidade de que o conselho esteja subestimando a velocidade com que o mercado de criptomoedas e DeFi normalmente progride”, afirma Stih.
O CERS destaca ainda a necessidade de identificar e abordar os riscos sistêmicos dessas áreas, sugerindo que o potencial de riscos prudenciais, reputacionais ou operacionais pode ser ampliado.
Por fim, recomenda a promoção do intercâmbio de conhecimentos ao nível da UE e a monitorização da evolução do mercado, com foco particular na resiliência operacional, aposta em DeFi, ativos digitais e atividade de empréstimo.
“O mais importante daqui para frente é o foco na redução da manipulação e exploração de cripto e DeFi. Afinal, esses continuam sendo os principais fatores que continuam a causar volatilidade indevida no mercado”, conclui Stih.