A Ark Invest, gestora de investimentos focada em inovação, continuou uma onda de compras de ações da Coinbase (COIN). De acordo com documentos oficiais, a gestora comprou mais 296.578 ações da exchange aos seus fundos (ETF).
O preço das ações da Coinbase caiu para a mínima histórica na terça-feira (13), quando atingiram US$ 38,69. Mas na quarta-feira, os papéis fecharam com alta de 4%, aos US$ 40,19. Com isso, a compra da Ark está avaliada em US$ 11,9 milhões, ou R$ 60 milhões em valores atuais.
Do total da compra, 176.364 ações foram para o Ark Innovation ETF (ARKK), principal ETF da Ark. No total, este fundo possui 6.139.480 ações no valor de US$ 246,7 milhões. Na cotação atual, o fundo possui um capital superior a R$ 1,3 bilhão.
Outro ETF da gestora, o ARK Fintech Innovation ETF (ARKF), adicionou mais 93.117 ações da Coinbase no valor de US$ 3,7 milhões (R$ 10,6 milhões). Por fim, o ARK Next Generation Internet ETF (ARKW) ficou com as 27.097 ações restantes.
ETFs da Ark sofrem com correção do mercado
Liderada por Cathie Wood, uma grande entusiasta do Bitcoin (BTC), a Ark investe em empresas com foco para inovação disruptiva, incluindo áreas como automação, robótica e inteligência artificial. O setor de criptomoedas também tem um forte peso nos seus fundos.
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O principal dos ETFs da gestora é o ARKK, mas os demais também possuem teses similares. O ARKF, por exemplo, investe em ações de empresas envolvidas no tema de investimento do Fundo de inovação fintech.
Já o ARKW visa capturar produtos e serviços baseados na Internet, computação em nuvem, inteligência artificial, comércio eletrônico e inovações de mídia. E o ARKK investe em setores como robótica, inteligência artificial e criptomoedas.
Mas desde que o Federal Reserve começou a elevar os juros nos Estados Unidos, esses setores sofreram fortes correções. As quedas impactaram nas cotas dos fundos – o ARKK acumula desvalorização de quase 60% apenas em 2022.
Desempenho do ARKK em 2022. Fonte: TradingView.
Ark Invest aposta nas criptomoedas
A Ark nem sempre foi uma compradora líquida de COIN: em julho, a empresa vendeu US$ 75 milhões em ações da exchange. Na época, a exchange sofria pressões e incertezas regulatórias que, de acordo com Wood, justificaram a venda.
Mas depois, a gestora retomou suas compras de ações na bolsa de criptomoedas em outubro, com mais compras executadas em novembro.
Os fundos de Wood continuaram a comprar Coinbase apesar da pressão que a empresa sofreu este ano, com ARKK caindo 65% em 2022 e o preço do Bitcoin afundando em meio à recente turbulência nos mercados cripto.
As compras de COIN da Ark parecem um típico double-down de Wood, ou seja, uma aposta em dobro num ativo que segue desvalorizado. Também é uma atitude arriscada, já que o mercado ainda busca lidar com os impactos do colapso da FTX.
Nesse sentido, Wood afirmou recentemente que a queda da exchange beneficia a indústria de criptomoedas, pois ajuda ainda mais a “teste de batalha” a infraestrutura e a tese da moeda digital.
Wood também reiterou sua previsão de que o Bitcoin atingirá US$ 1 milhão até 2030, uma “previsão” que a Ark Invest publicou no início deste ano. Se isso acontecer, representa uma valorização total de 6.000% nos próximos oito anos.