Christy Goldsmith Romero, membro da Comissão de Negociação de Futuros e Commodities (CFTC, na sigla em inglês), deu uma entrevista falando sobre o atual momento das criptomoedas. De acordo com a comissária, a fase atual deste mercado lembra justamente a crise de 2008.
Nesse sentido, Romero não se referiu apenas ao momento de quedas fortes, mas sim a uma suposta falta de regulamentação. Por isso, a comissária pediu que o Congresso dos EUA aprove com urgência uma regulamentação no setor.
A comissária mostrou entusiasmo principalmente com o projeto da senadora Cynthia Lummis, que dá à CFTC o poder de regulamentar a indústria.
Crise atual se assemelha a 2008?
Dada a condição turbulenta do mercado nas últimas semanas, Romero apresentou dois riscos principais que ela enxerga no mercado de criptomoedas
Em primeiro lugar, o setor cresceu exponencialmente, mas sem nenhuma regulamentação. Para Romero, este cenário se assemelha ao que ocorreu em 2008, com regulamentações frouxas no mercado financeiro.
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“Há um mercado bastante considerável que não é regulamentado. Enquanto isso, os órgãos oficiais não têm maneiras de intervir porque há uma lacuna de regulamentação”, disse Romero.
De fato, a visão predominante sobre a crise de 2008 é de que houve falta de regulamentação. Por isso as empresas e bancos cometeram excessos e desencadearam uma queda generalizada no mercado.
Em segundo lugar, Romero aponta a correlação entre o mercado de criptomoedas e as ações, sobretudo do setor de tecnologia. A comissária afirma que esta correlação faz com que o comportamento dos investidores siga um padrão.
“Em um mercado de alta, os investidores correm para comprar mais desses ativos. Mas quando o mercado entra em baixa, você verá riscos expostos e vendas generalizadas. Minha maior preocupação é que, se as leis não acompanharem o ritmo da tecnologia, os investidores mais vulneráveis serão prejudicados”, explicou.
Investidores limitados
Na entrevista, os jornalistas perguntaram a Romero se as regulamentações não impediriam o mercado de evoluir. Romero descartou essa ideia e disse que a supervisão é essencial para as empresas de criptomoedas ampliarem e expandirem suas bases de clientes.
É o caso de investidores institucionais, que não podem investir em produtos não regulamentados pela lei. Dessa forma, um fundo de investimento não pode comprar Bitcoin (BTC) numa exchange e guardá-los em uma carteira, por exemplo.
A diferença notável, segundo Romero, entre as cripromoedas hoje e a economia dos anos 2000 é justamente esta. Isto é, os grandes investidores institucionais ainda não estão seguros com as criptomoedas enquanto não houver regulamentação.
Apelo por regulamentação
Por fim, Romero recomendou que o Congresso faça sua parte. Para a comissária, é urgente que os EUA tenham uma regulamentação para ativos digitais.
A comissária manifestou apoio ao projeto da senadora Cynthia Lummis, que classifica as criptomoedas como commodities. Ou seja, a regulamentação do mercado ficaria nas mãos da CFTC, que é a responsável por este setor.
“Vamos regular as criptomoedas e seus derivativos como commodities, mas na verdade não regulamentamos os mercados à vista. Temos a autoridade para combater fraudes, mas é bastante limitada. Nós trouxemos ações de execução, mas não podemos realmente analisar esse mercado”, disse.
Se a lei for aprovada, a CFTC ganharia autoridade para regulamentar o mercado e aprimorar os mecanismos de segurança e combate a crimes.
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