A empresa brasileira de software VTEX, apontada pelo IDC como uma das principais companhias do mundo, destacou que Bitcoin e criptomoedas são uma revolução financeira que vieram para ficar, independente da regulação ou controle que possa ser realizado pelas autoridades ou bancos centrais. As declarações foram feitas pelo cofundador da empresa Geraldo Thomaz, durante o VTEX Day, evento que aconteceu nos dias 30 e 31 de maio, em São Paulo.
“Eu acho que criptomoeda é condição sine qua non para a globalização acontecer com ainda menos atrito, mas a tecnologia ainda está em seus early days, com uma alta volatilidade e ainda tem bastante gente cética quanto aos criptoativos, mas não tem jeito, ela veio para ficar. Se ela vai ficar com os bancos regulando ou não é outra questão. Nosso foco [na VTEX] não é bem olhar para as criptomoedas, nos temos adquirentes e bandeiras de crédito integrados em nosso ecossistema, assim as criptomoedas são mais um meio de pagamento dentro da nossa perspectiva de negócio”, destacou Thomaz.
O empresário também ressaltou que a VTEX já tem cripto brockers integrados ao seu ecossistema .
“Nos temos vários cripto brokcers, integrados a VTEX, embora isso ainda não seja muito difundido na nossa carteira de clientes. Nossos clientes ainda não aceitam criptomoedas de forma generalizada, mas eu acho que isso é uma questão de tempo, o mercado começa muito volátil, tendo funções de nicho no início e depois ele vai ganhando o mainstream”, disse.
Ao comentar sobre blockchain, Thomaz disse que a tecnologia vive uma contradição intrínseca, que precisa resolver antes de galgar espaço na transformação da sociedade, pois ela foi pensada e construída para ser descentralizada, no entanto, as empresas e as pessoas querem construir aplicações centralizadas. Ele destacou também que acredita que a tecnologia ganhará tração e avançará até ser inserida em aplicações reais na sociedade.
“Sobre blockchain, acho que a tecnologia tem utilidade mas, na minha opinião pessoal, ela [a tecnologia] ainda não está agregando muito valor. Ainda teremos que avançar nos modelos de negócios e na própria forma de fazer negócios por meio de blockchain para de de fato termos algo útil. Temos ainda um intrínseco conflito de interesse no caso de blockchain, pois na blockchain ‘ninguém manda’, mas na outra ponta, todo mundo quer mandar, então frases como ‘eu vou construir uma blockchain’, refletem este conflito. No caso da IBM, por exemplo, se você tem uma companhia por trás que comanda aquela blockchain, você centralizou de novo, então, o conflito vem daí, você tem uma tecnologia descentralizada mas um negócio centralizado, que não é de longe o objetivo do cara que inventou a blockchain. Então, acho que a tecnologia não encontrou o nicho ainda, mas sem dúvida isso vai acontecer”, finalizou.
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