No início de setembro, a exchange Binance retirou a stablecoin USDC de sua plataforma. Agora, a Circle, empresa que cuida da stablecoin, está expandindo o alcance da USDC para outras blockchains. De acordo com a empresa, a USDC passará a operar em mais cinco redes:
- Arbitrum;
- Cosmos;
- Near Protocol;
- Optimism;
- Polkadot.
Conforme um anúncio divulgado pela Circle na quarta-feira (28), a stablecoin começa a operar nestas blockchains no início de 2023. Mas a partir de agora, todos os desenvolvedores que trabalham nessas blockchains já podem começar a testar suas integrações com as APIs da Circle.
Dessa forma, a Circle amplia o leque de redes nas quais sua stablecoin está disponível, abrindo mercado para mais pessoas. Atualmente, a USDC é a segunda maior stablecoin em valor de mercado, com R$ 261 bilhões.
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Maior liquidez e interoperabilidade para a USDC
Para John Reginatto, VP de Produto da Circle, o resultado dessa nova iniciativa é que a Circle poderá expandir sua stablecoin. Atualmente, a USDC roda nas blockchains Ethereum, Solana, Avalanche (AVAX), TRON, Algorand, Stellar, Flow e Hedera.
Nesse sentido, a empresa tem o suporte de oito blockchains, e a partir de 2023 este número aumentará para 13. O aumento permitirá que seus usuários tenham “maior liquidez e interoperabilidade” ao realizar suas operações.
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Isto é, será mais fácil vender, comprar e utilizar USDC em várias plataformas. E Reginatto também observou que a inclusão abrirá as portas para que “instituições, exchanges, desenvolvedores e muito mais” tenham uma opção viável ao escolher uma ponte estável e confiável entre criptomoeda e fiat.
“Estender o suporte multi-cadeia para a USDC abre as portas para que instituições, exchanges, desenvolvedores e muito mais inovem e tenham acesso mais fácil a um dólar digital confiável e estável.”
A inclusão do USDC nesses novos ecossistemas facilitará o desenvolvimento de novos aplicativos com foco em transações rápidas de usuários e carteiras programáveis. Isso pode se refletir no aumento do volume de negociação da stablecoin, que indica uma maior procura pela USDC.
De acordo com o CoinGecko, o volume da USDC nas últimas 24 horas atingiu R$ 433 milhões, acima dos R$ 231 milhões da USDT.
Mudança de fase nas criptomoedas
Jeremy Allaire, CEO e cofundador da Circle, falou sobre a novidade durante a conferência Converge22 em San Francisco. De fato, foi o CEO quem anunciou a entrada das novas redes em sua palestra, mas Allaire também falou sobre outros temas.
Um desses temas envolveu o uso das criptomoedas em si. Para Allaire, a narrativa em torno das criptomoedas está finalmente mudando de fase. Antes, os investidores viam o mercado de forma especulativa, mas agora ele está na fase de utilidade
Nesse sentido, Allaire falou que a missão da empresa é ajudar a impulsionar esse novo movimento no setor de blockchain.
Além disso, o CEO disse que mudar o ecossistema para melhor requer a criação de aplicativos simples para todos os usuários, independentemente de seu conhecimento sobre criptomoedas, pois eles só precisam saber que um token específico fornecerá uma interação sem atrito com dados e dinheiro.
“Eles (usuários de exchanges) não precisam saber em que blockchain estão ou mesmo qual stablecoin estão usando. Só precisam que ela funcione e seja fácil de usar”, disse Allaire.
Conforme o CriptoFácil relatou anteriormente, a Binance retirou a USDC e outras duas stablecoins, substituindo-as pela sua stablecoin (BUSD). A perda de acesso a maior exchange do mundo fez a USDC perder terreno entre as principais stablecoins como USDT e BUSD.
Desde 5 de setembro, a USDC perdeu mais de 6% de seu valor de mercado, e nesta quinta-feira a stablecoin opera relativamente estável. A retirada final da USDC da Binance ocorrerá justamente nesta quinta-feira.