A Circle, empresa que mantém a stablecoin USDC, divulgou seu primeiro relatório mensal sobre os ativos que servem de lastro para a stablecoin. Publicado na quinta-feira (14), o relatório analisa os ativos detidos pela empresa até o dia 30 de junho de 2022.
De acordo com o relatório, a Circle mantém US$ 55,7 bilhões em suas reservas, contra um valor de mercado de US$ 55,3 bilhões da USDT. Ou seja, a empresa tem reservas suficientes para garantir o valor da stablecoin.
As reservas da Circle consistem em dinheiro e títulos do Tesouro dos EUA de 3 meses, que possuem maior liquidez no mercado. Dessa forma, a empresa afirma ter a capacidade de devolver os ativos de seus clientes em um curto espaço de tempo. Do total, US$ 13,2 bilhões das reservas está em dinheiro, enquanto US$ 42,5 bilhões estão em títulos do governo.
Esse valor está a par com os dados de capitalização de mercado do USDC mostrados pela Coinmarketcap. A Circle também forneceu uma lista completa de custodiantes de reserva do USDC.
Quando uma moeda não tem um lastro adequado, a pressão dos clientes que tentam retirar seus fundos e mudar para um ativo mais confiável pode levar a um efeito espiral que acaba em colapso. Isso aconteceu com a stablecoin UST, que perdeu seu lastro e teve seu valor destruído.
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Boas relações com reguladores
Jeremy Fox-Geen, diretor financeiro da Circle, também destacou as boas relações da empresa com os órgãos reguladores. Desde seu lançamento em 2018, a Circle obteve certificações mensais de empresas de contabilidade terceirizadas e líderes de mercado sobre a adequação das reservas e sua composição.
Além disso, a Circle certificou-se de cumprir todas as auditorias exigidas pelos reguladores, juntamente com suas recomendações. Nesse sentido, a nova auditoria reforça o comprometimento da empresa com a transparência.
“As auditorias da Circle registradas em nossos arquivos públicos da SEC estão disponíveis aqui. Auditorias e atestados servem a diferentes propósitos que são discutidos neste blog, How to Build Trust”, disse a empresa.
Cabe destacar exatamente estas diferenças, visto que a auditoria mais recente faz parte de uma nova política da Circle. De fato, a empresa já publica balanços periódicos, mas agora, com o novo relatório, as informações virão a público com maior frequência.
Ao mesmo tempo, a Circle busca ampliar seu leque de stablecoins para outras moedas globais, como é o caso da EUROC, stablecoin lastreada no euro.
Maior transparência em projetos de stablecoins
Depois que a UST entrou em colapso, o mercado de stablecoins viveu um pequeno período de desconfiança dos investidores. Quem mais sentiu isso foi a Tether, emissora da USDT, que viu suas reservas caírem quase US$ 20 bilhões nos últimos três meses.
Por outro lado, as reservas da USDC cresceram em US$ 5 bilhões no mesmo período, mas a empresa teve que lidar com rumores sobre uma possível falência. Isso mostra que os projetos de stablecoin estão cada vez mais pressionados pelos investidores, que exigem mais transparência.
A USDT, por exemplo, perdeu sua paridade em relação ao dólar americano por alguns dias, enquanto a USDC não foi afetada. Devido a este fato, a Tether Limited começou a trabalhar para reduzir a quantidade de papéis comerciais em suas reservas, investimento considerado de alto risco.
Já a Circle, de acordo com seu relatório, não possui papéis comerciais listados como lastro para a USDC, o que em tese deixa a stablecoin mais segura. E é justamente esta segurança que o mercado agora exige de projetos que movimentam bilhões de dólares por dia.
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