A CryptoMarket, corretora de criptomoedas chilena, anunciou esta semana um processo judicial contra 10 bancos chilenos, dois deles por conta da decisão de fechar as contas da exchange sem aviso prévio e sem uma justificativa (Banco Scotiabank e Banco Estado), e outros 8 por conta da negação de abertura de contas bancárias. Como mostrou o Criptomoedas Fácil, o banco canadense Scotiabank alegou que a decisão foi tomada pois, supostamente, a empresa não teria a possibilidade de comprovar a origem dos seus fundos relacionando as criptomoedas à uma série de crimes.
A ação foi protocolada junto ao Tribunal de Livre Concorrência, pedindo o restabelecimento imediato das contas para que todos os serviços possam ser restaurados. Atualmente, devido ao bloqueio bancário, também realizado por outros bancos a outras exchanges, é impossível investir em criptomoedas no Chile através da moeda fiduciária do país.
“Insistimos na importância das instituições e na proteção que as empresas de inovação econômica devem ter diante dos abusos bancários e na violação dessa indústria às regras de defesa da livre concorrência e da liberdade econômica consagradas na legislação (chilena). Hoje, estamos sendo prejudicados pelos diferentes bancos do mundo na ausência de proteção à nossa atividade. Esperamos que esta situação seja esclarecida e este bloqueio arbitrário seja reprovado e, juntamente com isso, contribua para o fortalecimento e proteção das novas tecnologias associadas à inovação econômica em nosso país”, salientou a CryptoMarket em um comunicado oficial.
Uma ação similar, junto aos órgãos reguladores institucionais, já havia sido protocolada na Associação Bancária do Chile (ABIF, na sigla em espanhol) que, no entanto, disse não ser a responsável pela solução do problema. O boicote dos bancos tradicionais para com o mercado de criptomoedas no Chile tem sido intenso. Contrários a este processo que chamaram de “perigo ao desenvolvimento tecnológico do Chile e uma posição contrária à inovação“, exchanges, usuários e entusiastas das criptomoedas criaram a hashtag #ChileQuiereCryptos, que virou trending topic do Twitter durante os últimos dias.
Embora não seja mais possível depositar moeda fiduciária nas plataformas, devido ao bloqueio bancário, os saques estão sendo sendo processados normalmente. “Devido ao fechamento de nossas contas, e como sinal de absoluta transparência e eficiência de nossos processos internos, durante a última semana, de forma eficiente e proativa, retornamos a 99% de nossos clientes, todos os seus recursos, assumindo todas as perdas operacionais desta situação injusta. Graças à robustez dos nossos protocolos, demonstrou-se sistematicamente que os nossos fundos existem, são reais e que os argumentos apresentados pelo nosso homólogo são prejudiciais”, informou a CryptoMarket.