Discussões acerca do alto consumo de energia no processo de mineração de Bitcoin dividem opiniões na criptoesfera. Esse assunto foi revisitado pelo CEO da Ripple, Brad Garlinghouse.
Em entrevista à Bloomberg, Garlinghouse disse que “uma transação do BTC equivale a 75 galões de gasolina sendo queimados”.
A informação apresentada pelo CEO da Ripple faz parte das preocupações envolvendo o BTC. No entanto, o executivo acredita que a criptomoeda já faz parte da realidade global, e cabe algumas soluções para reduzir esse impacto.
Impacto ambiental
Grupos de críticos do Bitcoin estão aumentando conforme surgem novas pesquisas sobre seu consumo de energia.
Recentemente, a Universidade de Cambridge divulgou um estudo que simula a demanda por energia da criptomoeda.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Segundo o levantamento, o BTC consome 136,69 TWh por ano, enquanto a Suécia precisa de 131,80 TWh anualmente.
Diante deste cenário, Garlinghouse prevê que o problema em torno do tema irá piorar. Ele justifica que a quantidade de mineradores está aumentando com a valorização da criptomoeda:
“À medida que o preço do Bitcoin sobe, o consumo de energia e a pegada de carbono de uma prova de trabalho também crescem.”
Críticos institucionais
Fazer parte do mercado de criptomoedas não isenta os executivos do debate ambiental. Além de Garlinghouse, o CEO da IOHK também já se posicionou sobre o assunto.
Ao Independent, Charles Hoskinson afirmou que a quantidade de energia utilizada pelos mineradores aumentou mais de 4 vezes desde 2017:
“O consumo de energia do Bitcoin mais do que quadruplicou desde o início de seu último pico em 2017. A tendência é piorar.”
O executivo correlaciona a situação a sua crescente valorização:
“Quanto mais seu preço sobe, mais competição existe pela criptomoeda. Logo, mais energia ela consome.”
Há solução?
Buscando projetar o debate em situações do dia a dia, a Digiconomist levantou dados com base em negociações de pagamento.
De acordo com a plataforma, uma transação com Bitcoin “equivale à pegada de carbono de 735.121 transações da Visa”.
Nesta perspectiva, Garlinghouse acredita que a solução está na adesão de plataformas mais eficientes em termos de energia, principalmente para pagamento:
“A Ripple utiliza o XRP Ledger [para liquidar] porque é extremamente rápido. O sistema é cerca de cem mil vezes mais eficiente, em termos de energia, do que o Bitcoin. Nesse contexto, ele funciona muito bem para pagamentos.”
Contrapartida
Em contrapartida, defensores da criptomoeda alegam que a maior parte da energia provém de fontes renováveis.
Christopher Bendiksoen, chefe de pesquisa da CoinShares, faz parte do grupo que promove esse argumento:
“A mineração de Bitcoin é extremamente competitiva, importante e móvel. Portanto, tende-se a agrupar em torno das fontes de energia ‘barata’. Esses recursos são em grande parte compostos por energias renováveis subutilizadas, como a energia hidrelétrica.”
Leia também: Além de Bitcoin e Ethereum: 3 melhores criptomoedas para investir
Leia também: Mineração de Bitcoin atinge recordes de dificuldade e hash rate
Leia também: Trader analisa: VeChain está próxima de uma alta?