O novo Conselho de Mineração de Bitcoin, anunciado na segunda-feira (24) por Elon Musk e Michael Saylor, abre uma “interessante lata de vermes”. É a opinião de Sam Bankman-Fried, CEO da exchange FTX.
Para ele, a iniciativa que visa reunir os principais mineradores para reduzir as emissões de carbono pode não funcionar. Afinal, qualquer um pode entrar na rede e minerar Bitcoin independente de conselho.
Conselho acende debate sobre descentralização
As declarações do executivo foram dadas nesta terça-feira (25) durante o evento Consensus 2021, da CoinDesk. Na ocasião, ele questionou a configuração do conselho que levanta um debate sobre a descentralização da mineração.
Em um tom sarcástico, “SBF” como também é conhecido pergunta:
“Se você tem uma rede completamente aberta e os grandes atores abertos dessa rede aberta de forma aberta e sem qualquer coerção decidem colaborar uns com os outros, isso é descentralização? É um pouco uma questão de definição”, disse Bankman-Fried.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
O executivo afirmou também que, enquanto a rede permanecer aberta, muitas preocupações devem ser amenizadas.
Ainda, mesmo que o conselho decida pela diminuição da hash rate, outra pessoa poderia simplesmente começar a minerar, defende SBF.
O conselho criado pelos chefes executivos de Tesla e MicroStrategy é resultado do impacto ambiental gerado pela mineração do Bitcoin.
Conselho quer promover transparência energética
Nas últimas semanas, o mercado de criptomoedas como um todo derreteu após Elon Musk anunciar que a Tesla não aceitaria mais pagamentos em Bitcoin. A justificativa foi o impacto ambiental causado pela mineração de BTC.
Contudo, agora Musk e Saylor pretendem agir em parceria para mitigar o impacto ambiental da criptomoeda.
De acordo com Saylor, executivos dos principais pools de mineração de Bitcoin com sede na América do Norte participaram de uma reunião sobre o assunto em 23 de maio. A lista inclui Argo Blockchain, Galaxy Digital, Blockcap, Hive Blockchain e outras.
Segundo Saylor, as companhias concordaram em criar um conselho para promover a transparência no uso de energia. Além disso, pretendem acelerar as iniciativas de sustentabilidade em todo o mundo.
“É uma ocorrência saudável em alguns aspectos, porque acho que havia muitos diálogos estúpidos acontecendo sobre ESG [Governança Ambiental, Social e Corporativa]. E estúpido não porque ESG é estúpido, mas o diálogo”, disse Bankman-Fried:
Segundo o executivo, o debate virou um “cabo de guerra”. De um lado, críticos afirmavam que o Bitcoin estava destruindo o planeta. Do outro, os apoiadores chamando os críticos de idiotas.
Nesse sentido, Bankman-Fried destacou que não foi encontrada nenhuma resposta saudável.
“Vamos fazer as contas, vamos descobrir se isso é uma preocupação significativa. E, em caso afirmativo, vamos descobrir como podemos resolver isso”, sugeriu ele.
FTX pode compensar carbono
O fundador da FTX lembrou ainda que a mudança do Ethereum do algoritmo de consenso de Prova de Trabalho para Prova de Participação pode resolver algumas preocupações climáticas.
No entanto, mesmo em projetos que usam Prova de Trabalho, há a possibilidade de compensar as emissões:
“Dentro da prova de trabalho, não é proibitivamente caro comprar compensações de carbono. E isso é algo que estivemos analisando e prometemos começar a fazer, para compensar o uso de energia da FTX.”
Leia também: ETH e ADA podem superar Bitcoin no longo prazo, diz Augusto Backes
Leia também: Investidores sacam R$ 9,5 bilhões em Ethereum em 24 horas
Leia também: Magalu é empresa que mais retornou valor aos acionistas no mundo