O CEO da Dash Ryan Taylor apresentou um plano ousado durante o evento Dash Evolution Open House para melhorar a performance da criptomoeda em relação ao restante do mercado. Dentre as soluções, Taylor mencionou reduzir as recompensas de mineração e introduzir elementos de prova de participação (PoS).
Conforme noticiado pelo Dash News no dia 08 de dezembro, o CEO da Dash descreveu uma história da estrutura da criptomoeda e seu impacto direto no valor, mencionando picos de valorização anteriores, bem como colapsos, ligando tais eventos com incentivos específicos dentro da rede.
Ele enfatizou diferentes elementos da estrutura de incentivos da Dash, incluindo a divisão de recompensas – 45% das novas criptomoedas geradas são direcionadas como incentivo aos masternodes, enquanto outros 45% vão para mineradores para venda instantânea, a fim de cobrir margens da indústria de mineração.
De acordo com Taylor, esse modelo de incentivo fez com que o valor da Dash atingisse um pico em 2017, e posteriormente colapsasse. Ele então menciona soluções para esta questão, incluindo alterar a distribuição de recompensas e alterar o método de consenso da Dash.
Explicando os incentivos
Durante sua apresentação, Taylor ressaltou que os incentivos financeiros para mineração em prova de trabalho (PoW) – onde a maior parte da receita é gasta cobrindo os custos de trabalho – possuem margens de lucro baixas. Essa estrutura de incentivo faz com que mineradores vendam a maior parte das novas criptomoedas, a fim de pagar contas, o que coloca uma pressão de venda constante no valor.
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Em rápidos picos, mineradores não conseguem gastar seus lucros para expandir operações e comprar novos equipamentos, devido ao tempo de duração do pico. Isso faz com que menos criptomoedas entrem nas exchanges, amplificando os efeitos de uma queda. Durante colapsos, uma porcentagem maior de receita advinda de mineração é vendida em exchanges, a fim de cobrir custos – suprimindo ainda mais o valor.
De acordo com Taylor, esses ciclos afetam todas as criptomoedas do modelo de prova de trabalho, embora a Dash seja ainda mais afetada devido à sua “estrutura única”.
O CEO da Dash acredita que estes efeitos sejam exacerbados devido à presença de masternodes, que requerem 1.000 Dash para serem utilizados – quantia que fica “travada”, gerando receita pela operação do nó. Isso não só incentiva a compra e venda em torno do número fixado, como também afeta o percentual do suprimento total da moeda (53,12% no momento da escrita dessa matéria) em circulação.
Tal cenário amplifica os efeitos de compra e venda, criando picos maiores e quedas menores. Já em relação a taxa de emissão de Dash e sua relativa jovem existência como criptomoeda, sua taxa de inflação é relativamente alta comparada às grandes criptomoedas em valor de mercado. Somada com um baixo suprimento em circulação, isso cria uma péssima combinação para que um ativo sirva como reserva de valor.
Comunidade poderá votar
Para resolver os problemas, Taylor propôs uma série de mudanças radicais à estrutura da Dash, incluindo diminuir a taxa de emissão de moeda para fornecer uma taxa de inflação mais atrativa. Mais significativa foi a redução no percentual das recompensas de bloco no que diz respeito à mineração por prova de trabalho, a fim de minimizar a pressão de venda no mercado e no suprimento limitado.
Isso significa que o modelo de prova de trabalho pode ser eliminado completamente em favor de outros métodos de consenso, como prova de participação, ou simplesmente coexista na rede de masternodes e ChainLocks. Adicionalmente, Taylor propôs variações no atual sistema orçamentário, incluindo uma porção variável da recompensa total por bloco, permitindo um gasto maior ou menor dependendo das necessidades da rede.
Tendo em vista que a Dash é uma organização autônoma descentralizada (DAO), todas as potenciais mudanças estão sujeitas a uma intense discussão da comunidade e posterior votação, o que significa que talvez a rede continue com a estrutura atual.
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