A crise financeira de 2007 e 2008 deu origem – ou pelo menos popularizou – a duas principais tendências financeiras: o dinheiro digital, não emitido por banco centrais, que culminou no Bitcoin (e nas criptomoedas), e as políticas monetárias não ortodoxas de flexibilização quantitativa de emissão eletrônica de novas moedas e as contra-intuitivas taxas de juros negativas.
Desde a recessão, os bancos centrais do mundo todo injetaram trilhões de dólares na economia, através de operações de mercado aberto e redução das taxas de juros, para manter os mercados de ações e os dados econômicos gerais em alta.
De acordo com vários analistas e os principais investidores do mundo, a perpetuação desses últimos ajudará dramaticamente os primeiros, com as políticas monetárias não ortodoxas agindo como combustível para o principal ativo digital, o Bitcoin.
Arthur Hayes, CEO da exchange BitMEX, disse recentemente que, uma vez que o “Fed defina as medidas não ortodoxas como permanentes”, em referência à flexibilização quantitativa, o preço do Bitcoin poderá subir para US$20.000.
QE4eva is coming. Once the Fed gets religion again, get ready for #bitcoin $20,000. https://t.co/gCBgaernYv
— Arthur Hayes (@CryptoHayes) September 18, 2019
Mesmo que o Fed não “assuma a permanência das medidas”, o dinheiro continuará a inundar a economia por meio de bancos centrais, preparando o terreno para ativos escassos e não soberanos como o Bitcoin.
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O órgão monetário que supervisiona o Euro, o Banco Central Europeu (BCE), cortou sua taxa de juros para depósitos em 10 pontos básicos (0,1%) para -0,5%. Simultaneamente, o Banco Central revelou que iniciaria outra rodada de flexibilização quantitativa (QE), prometendo comprar cerca de 20 bilhões de euros (cerca de US$22 bilhões) em títulos e “outros ativos financeiros” a cada mês, na esperança de que a economia permaneça estimulada.
Além disso, espera-se que o Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês), mantendo recentemente sua taxa de empréstimo para médio prazo, ative políticas de flexibilização. Ding Shuang, economista-chefe da Grande China e do Norte da Ásia no Standard Chartered, disse à Reuters:
“Todos os outros indicadores mostram que há um forte argumento para reduzir as taxas, incluindo dados reais da atividade econômica, que confirmaram os riscos de queda. No futuro, se uma grande parte do aumento das tarifas nos EUA se tornar efetiva, os riscos negativos serão ainda maiores.”
A possibilidade dos bancos centrais tomarem essa agressiva iniciativa, pode impulsionar o Bitcoin, uma vez que, a tem a ver com inflação e oferta de moeda. Travis Kling, um ex-gerente de portfólio de um fundo líder de Wall Street que mergulhou no Bitcoin, escreveu que as políticas mencionadas são medidas com a intenção “de desvalorizar suas moedas o mais rápido possível”.
Ele escreve que, com a “corrida mundial” para ver quem pode desvalorizar sua moeda fiduciária mais rápido, os ativos “escassos” devem começar a ter destaque na economia. Por isso, Kling refere-se sempre a algo como o Bitcoin. Como disse em um evento recente:
“O Bitcoin é atualmente um ativo de risco. Mas é um ativo de risco com um conjunto específico de características de investimento que se tornará mais atraente à medida que a política monetária e fiscal mais irresponsável forem tomadas.”
Tom Lee, líder da Fundstrat, repetiu essa análise, dizendo em uma entrevista recente:
“O Bitcoin está se tornando cada vez mais um hedge macro para investidores contra coisas que podem dar errado. Os cortes nas taxas estão adicionando liquidez. A liquidez está investindo dinheiro em todos esses ativos de risco e também em hedge, o que está ajudando o Bitcoin.”
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