O CPQD, com o apoio da Embrapii e da N2M-I Technology Ventures, criou uma rede de compartilhamento de medicamentos utilizando a tecnologia blockchain que visa combater o desperdício de remédios no Brasil e garantir que a distribuição dos medicamentos seja realizada de acordo com as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O CPQD é um dos maiores centros de pesquisa e desenvolvimento em telecomunicações e TI da América Latina. Localizado em Campinas, São Paulo, ele atua em pesquisa, desenvolvimento e suporte de diversos setores, tais como industrial, agrícola, telecomunicações, financeiro, energia elétrica, corporativo e administração pública, conforme descrição no site Wikipedia.
Conforme relatado pelo site Ip News, a blockchain foi nomeada de N2Med Ledger e tem com objetivo possibilitar que as organizações cadastradas (farmácias, hospitais, laboratórios e entidades sociais) possam realizar troca, empréstimo ou doação de medicamentos liberados pela Anvisa. A farmacêutica e idealizadora do projeto Lourran Carvalho afirmou que:
“O foco inicial da N2Med Ledger são os medicamentos em risco de expirar o prazo de validade.”
Segundo a pesquisadora, estudos mostram que o setor de saúde pública conseguiria poupar pelo menos R$1 bilhão por ano se conseguisse evitar o vencimento do prazo de validade dos medicamentos.
“Com a nova rede, essas informações podem ser trocadas de forma mais ampla, com segurança e confiabilidade propiciadas pela tecnologia blockchain.”
Fernando Marino, líder técnico em blockchain do CPQD, explicou sobre como os contratos inteligentes funcionarão na validação dos medicamentos.
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“Todos os registros acontecem na rede (ledger) que conecta as instituições, o que desburocratiza e traz agilidade ao processo, ao dispensar diversos documentos necessários para formalizar a troca, empréstimo ou a doação de medicamentos. Com isso, uma transação que levava dias para ser concluída, agora pode ser realizada em segundos e com total confiabilidade para todos os envolvidos.”
Além disso, a reportagem ainda citou que outra vantagem oferecida pela blockchain, desenvolvida na plataforma Hyperledger Fabric, é a garantia de rastreabilidade dos medicamentos e também de todas as transações realizadas.
Por fim, Israel Murakami, presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos Atuantes em Saúde Pública (ABFASP), que já trabalhou com a N2Med Ledger, afirmou:
“Isso cria uma cadeia de responsabilidade e dá mais segurança legal às partes que estão negociando a troca. Essa rede permitirá disseminar o compartilhamento de medicamentos no país, reduzindo os transtornos relacionados ao descarte de produtos com prazo de validade vencido.”
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