O novo “censo” do setor de criptomoedas do Brasil, elaborado pela ABCripto (Associação Brasileira da
Criptoeconomia) revelou que 68% dos participantes do censo aguardam a publicação das regras pelo Banco Central (BC) para regularizarem a sua situação no país.
Isso quer dizer que apenas 32% das empresas possuem algum tipo de licença para operação, ou do próprio BC ou da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com relação aos tipos de empresas, o levantamento mostrou que o mercado é bastante diverso. São centenas de empresas, em sua maioria, de pequeno e médio portes. Essas organizações empregam menos do que cem pessoas e tiveram um faturamento de até R$ 10 milhões no último ano. A maior parte dessas empresas foi constituída durante a pandemia.
- Leia também: Sam Bankman-Fried da FTX diz ao júri que não fraudou ninguém, mas ‘muitos se machucaram’
Panorama das empresas brasileiras de criptomoedas
Dos 32% de empresas que já são registradas junto aos reguladores brasileiros, 14% já operam com licença de
instituições de pagamento e apenas 2% operam como sociedades de crédito direto. Além disso, 5% são gestoras de recursos e outras 6% atuam como plataformas de “crowdfunding” com autorização da CVM.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
A grande maior das empresas brasileiras de criptomoedas (79%) atua na área de intermediação financeira. Ou seja, com negociação de criptomoedas, balcão de operação, “market maker” de criptomoedas, entre outros serviços.
Enquanto isso, 62% operam como provedores de serviços de infraestrutura de mercado. Dessa forma, estão concentradas em atividades de câmbio, liquidação, custódia, moeda eletrônica e fornecimento de tecnologia “cripto as a service” (CaaS) a terceiros.
Além disso, 27% das empresas consultadas trabalham com tokenização de ativos e serviços. Do total, 14% operam a partir do Brasil e 10% do exterior. Com relação ao porte da empresa de criptomoedas, 55% se declaram microempresas ou empresas de pequeno porte.
Faturamento e ano de criação
O faturamento dessas empresas também é relativamente baixo: 63% processaram um volume financeiro inferior a R$ 100 milhões em 2022. E somente 8% tiveram giro financeiro acima de R$ 5 bilhões.
Sobre o ano de lançamento das empresas, o levantamento descobriu que 40% das startups de criptomoedas chegaram ao mercado há mais de cinco anos, ou seja, antes de 2018. Por outro lado, 49% iniciaram sua operação durante a pandemia, entre 2020 e 2022, quando ocorreu o auge de preço das criptomoedas. Por fim, 6% declararam que sua fundação ocorreu em 2023.
“O censo nos traz um cenário mais concreto das características da criptoeconomia no Brasil, o que é muito relevante no atual momento de avanços de tecnologia e discussões regulatórias”, disse o diretor presidente da Abcripto, Bernardo Srur.