A Celsius enganou seus investidores e operou um esquema de pirâmide. É o que afirma Shoba Pillay, um investigador do caso de falência da empresa. Segundo Pillay, a empresa ocasionalmente usou fundos de novos clientes para pagar saques de outros clientes.
Ou seja, de acordo com a alegação, a empresa operou uma operação clássica de esquema Ponzi. Pillay foi convocado pelo tribunal a oferecer uma visão externa dos acontecimentos no credor cripto em setembro. Agora, o investigador publicou um relato das operações da empresa antes da recuperação judicial.
Esquema Ponzi
A Celsius prometia rendimentos para os clientes que depositassem criptomoedas em sua plataforma, bem como uma suposta “liberdade financeira”. Só que este rendimento provinha de novos depósitos feitos pelos clientes.
Além disso, Pillay afirmou que a própria Celsius criou volume de mercado em grande parte no token nativo CEL. Por outro lado, a empresa não afirmou com clareza os riscos que os clientes sofriam com as operações na plataforma.
“Em todos os aspectos importantes – desde como a Celsius descreveu seu contrato com seus clientes até os riscos que assumiu com seus criptoativos – a Celsius conduziu seus negócios de maneira significativamente diferente do que disse a seus clientes”, escreveu Pillay.
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O relatório do executivo conta com várias informações financeiras da empresa. Junto com isso, Pillay também entrevistou funcionários, bem como clientes e fornecedores da empresa, e até o ex-CEO Alex Mashinsky.
Em abril de 2022, o especialista em implantação de moedas da Celsius, Dean Tappen, descreveu as práticas da Celsius como “muito parecidas com ponzi”, disse Pillay, acrescentando que a equipe estava ciente da discrepância entre a mecânica interna da CEL e os pronunciamentos públicos.
No mês de junho, a Celsius interrompeu as retiradas de clientes e, se não tivesse feito isso, “os novos depósitos de clientes inevitavelmente se tornariam a única fonte líquida de moedas para a Celsius financiar as retiradas”, disse Pillay.
“Contudo, entre 9 e 12 de junho, a Celsius usou diretamente os depósitos de novos clientes para financiar solicitações de retirada de clientes”, disse Pillay – a definição usual de um esquema Ponzi, em que os retornos prometidos não podem ser sustentados por um mercado genuíno. atuação.
O caso Celsius
Nos meses de maio e junho de 2022, a Celsius teve que cancelar os empréstimos na sua plataforma. A empresa utilizava os retornos das criptomoedas para financiar as recompras do token CEL. Mas a queda do mercado impediu as recompras.
“A Celsius reconheceu que não deveria usar ativos de clientes para comprar as moedas necessárias para cobrir responsabilidades com outros clientes. Ela justificou o uso de depósitos de clientes para preencher esse buraco em seu balanço com base no fato de que não estava vendendo depósitos de clientes, mas colocando-os como garantia para emprestar as moedas necessárias”, disse Pillay.
Embora o discurso da Celsius reforce que não havia venda de tokens, as atitudes de seus executivos dizem o contrário. Nesse sentido, Mashinsky vendeu 25 milhões de CEL no valor de pelo menos US$ 68,7 milhões entre 2018 e 2022, disse Pillay.
No mesmo período, os co-fundadores da Celsius, Nuke Goldstein e S. Daniel Leon, supostamente venderam parte de seus tokens também. As vendas dos dois arrecadaram US$ 2,8 milhões e US$ 9,74 milhões, respectivamente.
Pillay disse que as reivindicações de Mashinsky à mídia e nas mídias sociais de “sempre ter 200% de garantia” estavam “muito longe da realidade”, com 14% dos empréstimos institucionais de Celsius totalmente sem garantia em dezembro de 2020.
Esse número subiu para quase 36% em meados de 2021 – e mesmo assim parte da garantia estava em ativos instáveis, como o token FTT da FTX, disse Pillay. Com o colapso da FTX e do mercado, o esquema caiu e os clientes arcaram com o prejuízo.
Até o fechamento desta matéria, a Celsius não comentou a respeito dos resultados no relatório de Pillay.