O mais novo órgão a recomendar a adoção de uma blockchain por governos veio de um local bastante improvável: a nobreza do Reino Unido.
A recomendação veio da Câmara dos Lordes, ou Câmara Alta, ala do parlamento britânico equivalente ao Senado. O órgão recomendou ao governo a exploração das chamadas tecnologias de livro-razão distribuídas (DLTs, na sigla em inglês para Distributed Ledger Technology) para vários serviços governamentais.
A Câmara acrescentou que o governo deveria estudar a possibilidade de usar a tecnologia em setores como segurança nacional, segurança pública, saúde, segurança cibernética, controle de alfândega e imigração.
Em seu relatório, a Câmara Alta enfatizou que há muitas oportunidades para o uso de DLTs em todos os serviços governamentais. Também alegou que a adoção do Blockchain no setor público poderá mudar a relação entre o governo e seus cidadãos através dos mecanismos descentralizados de confiança da tecnologia.
No prefácio de seu relatório, o autor, Lord Christopher Holmes, afirmou que a DLT pode desempenhar um papel fundamental na melhoria dos serviços governamentais e na consolidação da posição competitiva do país como líder mundial em inovações baseadas na tecnologia.
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Além da Câmara dos Lordes, o respaldo do uso da Blockchain também foi dado pelo Reform, Think tanks sediado em Londres que possui como missão “descobrir a melhor forma de entregar serviços públicos e prosperidade econômica”. O órgão ressaltou o uso da Blockchain para trazer mais facilidade e segurança no registro de identidades.
“O governo deve usar a tecnologia blockchain para tornar o gerenciamento de identidade mais seguro e eficiente”, afirmou o relatório da Reform. “Isso significa mudar de departamentos contaminados com versões diferentes – e até mesmo contraditórias – da identidade de uma pessoa, para uma identidade armazenada pelo usuário, em um aplicativo de identidade em um smartphone”.
Outros benefícios
Além dos possíveis benefícios da tecnologia, o relatório citou os riscos associados à sua adoção, ressaltando que a tecnologia ainda é bastante recente e, portanto, imatura. Apresentou como exemplos os riscos relacionados à condução das ofertas iniciais de moedas (ICO), bem como “problemas não resolvidos” os quais poderiam colocar em perigo os sistemas que adotarem a tecnologia.
A casa também afirmou que uma “maior liderança” do governo se faz necessária para melhorar a tomada de decisões e a prestação de serviços públicos. Recomendou que fosse adotada uma vontade política séria para buscar iniciativas de pesquisa, desenvolvimento de padrões, realização de testes e aprimoramento da colaboração interdepartamental em relação à DLT.
Parlamento abraça a Blockchain
Não é a primeira vez que o parlamento britânico faz menção aos benefícios da tecnologia Blockchain. Em meados de 2016, um comitê da Câmara dos Lordes organizou uma audiência sobre DLTs e seus possíveis efeitos sobre finanças e governo.
Apesar de reconhecer o potencial da tecnologia, o comitê adotou à época um tom crítico sobre a tecnologia. O que parece ter mudado nos últimos doze meses.