Conforme esperado pelo mercado, o Federal Reserve (Fed) aumentou a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,75 pontos percentuais. Agora, a Federal Funds Rate (FFR) oficial do país está entre 3% e 3,25%.
Dessa forma, a taxa de juros dos EUA atinge seu maior patamar desde fevereiro de 2008, superando o ciclo de alta ocorrido em 2018. Naquela ocasião, o Fed elevou a taxa de juros até 2,5%, mas o mercado reagiu mal e obrigou o banco a reduzir novamente os juros.
Após o anúncio do Fed, os ativos financeiros enfrentaram forte volatilidade. O Bitcoin (BTC) e o Ether (ETH), por exemplo, chegaram a cair logo após a fala de Jerome Powell, presidente do Fed. Mas depois se recuperaram e operam no positivo até o fechamento desta matéria.
Os índices de ações dos EUA também subiram, com o S&P 500 registrando alta de 0,84% aos 3.889 pontos. Já o Nasdaq 100 opera em alta de 0,19%.
Fed reconhece inflação, mas se mantém cauteloso
Após o anúncio do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), Powell fez um discurso sobre os motivos que levaram a este aumento. De acordo com o presidente do Fed, a inflação continua dando sinais de força.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
“A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de alimentos e energia e pressões mais amplas de preços. A guerra e os eventos relacionados estão criando uma pressão adicional sobre a inflação e estão pesando na atividade econômica global”, disse Powell.
Ou seja, Powell afirmou que a inflação deve continuar elevada, algo que foi confirmado pelo resultado do CPI estadunidense de agosto, que teve queda menor do que o esperado. Além disso, o presidente do Fed afirmou que os índices de desemprego ainda devem aumentar nos próximos meses.
Diante deste quadro, Powell afirmou que o Fed deve seguir aumentando a taxa de juros por mais tempo, algo que pode causar redução da atividade econômica. Como resultado, o PIB estadunidense pode até sofrer uma recessão no futuro.
Criptomoedas sobem apesar da decisão
Mesmo com um novo (e forte) aumento na taxa de juros, o mercado reagiu com mais otimismo do que se imaginaria. Uma das razões para isso foi que o Fed não realizou um aumento mais brusco, de 100 pontos-base, como muitos analistas esperavam.
Após o anúncio da decisão, o preço do BTC chegou a cair abaixo dos US$ 18.900, mas voltou a se recuperar logo depois. De acordo com o TradingView, a criptomoeda opera em alta de 3,75%, valendo US$ 19.617 por unidade.
Preço do BTC após decisão do Fed. Fonte: TradingView.
Para José Artur Ribeiro, CEO da exchange Coinext, a decisão do Fed em linha com o mercado contribuiu para a valorização do BTC. Mas Ribeiro espera que o mês de setembro não traga novas valorizações.
“Na última semana, acompanhamos o movimento de queda que antecipou essa ação, assim, os próximos dias podem ser de mercado levemente positivo. O fechamento de setembro deve ser negativo para o Bitcoin, comprovando o histórico predominantemente de queda nesse mês do ano. Contudo, a perspectiva para o futuro breve pode ser vista a partir de um viés positivo”, disse.
Leia também: Nova atualização do Ethereum terá mecanismo de saque para ETH em staking
Leia também: Hacker salva Arbitrum de perder R$ 2,4 bilhões e reclama de baixa recompensa
Leia também: Fabricante de GPUs cancela produção após o “The Merge” do Ethereum
