O Bitcoin iniciou a semana oscilando em torno de US$ 109 mil após correções que derrubaram o preço da máxima de aproximadamente US$ 125 mil até regiões de suporte mais profundas. Essa movimentação indica uma fase de reacúmulo em áreas estratégicas de liquidez institucional.
Enquanto isso, o mercado cripto segue atento aos gatilhos macroeconômicos, sobretudo o posicionamento do Federal Reserve em relação aos juros e os impactos das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que continuam moldando o apetite global por risco.
A volatilidade permanece elevada, impulsionada pela especulação de curto prazo e pela disputa contínua por liquidez. O cenário exige cautela, mas também abre espaço para oportunidades táticas.
Análise do Bitcoin
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do BTC/USDT revela uma estrutura que mistura redistribuição e reacúmulo. As regiões entre US$ 101 mil e US$ 97 mil seguem sendo defendidas como zonas de demanda relevantes, áreas de forte absorção de ordens.
Um nível crítico se encontra em torno de US$ 92 mil, próximo à retração de Fibonacci de 0,5. Assim, sua perda abriria espaço para uma mudança estrutural mais profunda da tendência. No extremo oposto da faixa, a região entre US$ 125 mil e US$ 127 mil continua sendo a zona de oferta dominante, onde liquidações massivas surgiram repetidamente como barreira ao avanço.
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A presença de CHoCHs e BOS sucessivos indica tentativa de retomada da microestrutura de alta após a limpeza de liquidez ocorrida no mês anterior. Além disso, a linha de tendência de médio prazo, ainda respeitada, funciona como suporte dinâmico. Enquanto isso, o volume crescente em velas de reversão sugere atuação consistente de players institucionais.
O Volume Profile reforça três níveis essenciais. A faixa entre US$ 99 mil e US$ 101 mil concentra o maior volume negociado (POC), tornando-se o grande eixo de equilíbrio do mercado neste ciclo recente. Já a região entre US$ 97 mil e US$ 100 mil abriga o suporte de interesse institucional. Por fim, o intervalo entre US$ 92 mil e US$ 82 mil configura a zona de demanda extrema. Trata-se, portanto, de um possível ponto de reversão caso a estrutura se rompa.
Entre os indicadores, o RSI permanece confortável para uma retomada, sem indícios de sobrecompra. Por outro lado, o preço se sustenta acima da média de 200 períodos, preservando a tendência positiva no longo prazo, ainda que abaixo da média de 50, o que reforça a fase de consolidação.
No campo fundamental, a postura do Fed, menos agressiva na comunicação sobre juros, tende a aliviar a pressão sobre ativos de risco. Ao mesmo tempo, a disputa comercial EUA-China continua alimentando episódios de volatilidade global. No mercado de derivativos, as taxas de financiamento neutras sinalizam equilíbrio entre comprados e vendidos. Historicamente, isso se alinha a períodos de acumulação.
O cenário se resume a três caminhos possíveis. Se o preço superar a zona dos US$ 114 mil com volume forte, o mercado pode buscar novamente a região de topo histórico recente. No entanto, se a consolidação se estender entre US$ 97 mil e US$ 114 mil, teríamos uma acomodação saudável antes de um movimento direcional. A perda da zona dos US$ 97 mil, porém, colocaria pressão vendedora significativa e abriria um vazio de liquidez até regiões mais baixas.
O Bitcoin, portanto, segue apoiado em uma estrutura de acumulação inteligente. A tendência de longo prazo permanece positiva, mas os riscos continuam no radar: qualquer acionamento de liquidez abaixo dos US$ 97 mil pode desencadear novas liquidações. O momento favorece o investidor disciplinado, com foco em pontos de valor e gestão séria de risco enquanto o mercado decide seu rumo.


