Se por um lado o Brasil possui projetos que estão na vanguarda da utilização da tecnologia blockchain, como os desenvolvidos pelo BNDES e pela Febraban, por outro lado a nação tupiniquim também vivencia grandes esquema fraudulentos, que com promessas de grandes lucros e faturamentos astronômicos enganaram pessoas não somente no Brasil, mas também em outros lugares do mundo.
Utilizando uma plataforma que dizia trabalhar com base nos resultados de jogos e torneios esportivos ao redor do mundo, a D9 Clube de Empreendedores operava um esquema de pirâmide clássico e era comandado por Danilo Vunjão Santana Gouveia, 34 anos, antigo instalador de portões eletrônicos na cidade de Itabuna, Bahia. Atualmente, Gouveia é acusado de diversos crimes financeiros e aguarda extradição em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde foi preso por agentes da Interpol no dia 13 de fevereiro.
Gouveia era um criminoso com experiência na organização de pirâmides e em 2003, já havia participado da organização de um dos maiores esquemas da história do Brasil, o caso da “Telexfree”, no entanto, sua participação no esquema só foi descoberta por conta das investigações do caso atual da D9.
Conforme publicado pelo site de notícias UOL, somente na casa da sogra do acusado, policiais baianos encontraram R$1 milhão em espécie e a Justiça da Bahia bloqueou cerca de R$25 milhões em dinheiro e bens de pessoas ligadas à D9. Gouveia ostentava carros de luxo, jet ski, barcos, viagens e diversos outros itens de luxo, tudo para o deleite próprio e para indicar que a D9 era um grande negócio que rendia altos lucros.
O esquema funcionava da seguinte forma: os investidores compravam um pacote no valor de R$6.760 e recebiam a promessa de um lucro de mais de 300% em um ano. A D9 informava que investia o dinheiro em sites de apostas esportivas na Inglaterra e pagava aos seus investidores valores semanalmente utilizando Bitcoins comprados com o dinheiro colocado na empresa por outros recém-chegados no esquema.
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Para dar mais legitimidade ao esquema, a D9 contratava jogadores de futebol como Denilson e Marcelinho Carioca, além do comentarista Caio Ribeiro, para aparecerem nas suas campanhas de marketing. No entanto, em março de 2017, a pirâmide começou a ruir e os investidores passaram a ter dificuldades em receber os “lucros semanais”, nesta época também iniciaram as investigações da polícia.
O esquema era tão grande que chegou a ludibriar pessoas em pelo Brasil e também por todos os continentes do mundo. A polícia já identificou vítimas na Argentina, Uruguai, Uganda, Quênia, Nigéria, China, Japão, Estados Unidos, Afeganistão, Itália e Paraguai, neste último, mais de 30 mil pessoas foram afetadas.
Atualmente, Gouveia está solto, mas em constante monitoramento das autoridades em Dubai e não pode deixar o país sob risco de ser preso novamente pela Interpol. Além dele, outras pessoas que integravam o esquema também estão presas ou sob investigação, as vítimas entretanto ainda estão de bolsos vazios. Uma negociação para devolução dos valores foi atualizada pela polícia, mas, até o momento, nem uma proposta foi feita.