Com a recente queda na taxa Selic, o interesse pela renda variável voltou a crescer no Brasil. Atualmente são mais de 2 milhões de investidores na bolsa, segundo dados da B3.
O CEO da XP Inc, Guilherme Benchimol, falou sobre este movimento. A XP é a maior corretora de valores do Brasil, com cerca de R$ 400 bilhões em ativos sob custódia.
Durante um evento da Tag Investimentos na quinta-feira (27), Benchimol disse que tudo depende da situação fiscal do país. Caso o governo faça sua parte, o Brasil pode até viver uma “bolha” de ativos na bolsa.
“O fundamental é fazer o dever de casa, daí não tenho dúvida de que o dinheiro vem e novas classes vão ser construídas”, disse Benchimol.
Crescimento pode impulsionar o real
Um dos fatores que contribuem para o otimismo de Benchimol é o cenário brasileiro. Atualmente, menos de 1% da população investe em bolsa. Em mercados semelhantes ao nosso, essa porcentagem pode superar os 10%.
Além disso, existem poucas empresas e fundos listados por aqui. Com essa oferta mais limitada, existem poucas opções para investidores nacionais e estrangeiros.
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“Quando a gente pensa no Brasil, a porta é pequena: tem poucas companhias listadas, poucos fundos acessíveis e, em algum momento, o estrangeiro estará entrando”, explicou Benchimol.
Para o CEO, a volta do investimento estrangeiro no país impulsionará a entrada de dólares. Com isso, o valor do real pode voltar a se apreciar no médio e longo prazo.
“Nunca a gente captou tanto dinheiro na vida da XP, essa é a maior proxy da procura de investimentos alternativos pelos brasileiros, uma amostra do que pode acontecer nos próximos anos. Só não vai acontecer se o Brasil tiver um voo de galinha e não colocar o fiscal no lugar”, disse.
Crescimento também beneficia empreendedores
O maior número de investidores na bolsa não beneficia apenas o mercado financeiro. Os impactos também são sentidos na economia real.
Normalmente, a forma mais utilizada por empreendedores para financiar seu negócio são os empréstimos bancários. Com mais investidores em bolsa, as empresas passam a ter alternativas mais baratas de investimento.
Este cenário tende a aumentar o número de ofertas iniciais de ações (IPOs). Consequentemente, a quantidade de empresas cresce, aumentando a oferta de produtos aos investidores.
“Antes, qualquer empresário, com juros a 14% ou 15%, tinha como alternativa o balanço dos cinco maiores bancos. Quando se traz os juros para baixo, você traz o mercado de capitais à tona, as pessoas têm acesso a alternativas de investimentos e as empresas acessam um capital mais barato. É um caminho sem volta e isso aquece o Brasil”, finalizou Benchimol.
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