A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Rita Serrano, informou que benefícios sociais e trabalhistas, como o Bolsa Família, por exemplo, poderão ser pagos no futuro por meio do real digital, a moeda digital de banco central (CBDC) do Brasil.
A CEF é uma das instituições bancárias autorizadas pelo Banco Central a participar dos testes do real digital. A Caixa faz parte de um consórcio que conta com a empresa de bandeira Elo e com a gigante de tecnologia Microsoft. Segundo Serrano, o banco pretende aproveitar o real digital unir a digitalização financeira e inclusão social:
“Dá para pensar em pagar benefícios sociais e trabalhistas com moeda tokenizada [moeda convertida em ativos digitais] no futuro”, afirmou Serrano. “A Caixa está em 99% dos municípios brasileiros e tem 155 milhões de clientes. É um grande celeiro para testar soluções”, disse.
Caixa e o Real digital
Com relação ao consórcio do qual o banco faz parte, o vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa, destacou que o banco até poderia desenvolver o projeto sozinho. No entanto, isso levaria mais tempo.
Por outro lado, a parceria com a Elo permitirá ao consórcio o desenvolvimento de opções de criptoativos com pagamento em parcelas, como ocorre com a fatura do cartão de crédito, por exemplo. Além disso, a Microsoft entrará com a experiência tecnológica, ajudando a acelerar a implementação do real digital.
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De acordo com o vice-presidente de Serviços Financeiros da Microsoft Brasil, Júlio Gomes, o consórcio vai testar também o uso do real digital para pagamento de imóveis. Segundo ele, o sistema funcionaria como um pagamento via Pix, em que a transação é concluída em segundos.
“A principal contribuição desse processo seria aumentar a velocidade e reduzir o custo dos financiamentos habitacionais”, declarou.
Testes da CBDC
Conforme noticiou o CriptoFácil, em maio deste ano, o Banco Central divulgou a lista de selecionados a participar do Piloto da CBDC. O BC recebeu 36 propostas de interesse na participação no projeto piloto, totalizando mais de 100 instituições de diversos segmentos financeiros.
Segundo a autoridade monetária do Brasil, nessa fase o BC vai testar funcionalidades de privacidade e programabilidade por meio implementação de um caso de uso específico. O Banco Central vai testar um protocolo de entrega contra pagamento (DvP) de título público federal entre clientes de instituições diferentes, além dos serviços que compõem essa transação.
Conforme destacou o anúncio do BC, esse caso de uso permite dar foco nos testes na privacidade. Isso porque promove a troca de informação entre os vários participantes da plataforma. Além disso, permite testar a programabilidade dos serviços oferecidos e sua interoperabilidade.